Golpes em compras pela internet aumentam: saiba como se proteger

Pesquisa mostra que quase 60% dos consumidores sofreram golpes em compras na internet nos últimos 12 meses

Publicado em 2/7/2021 - 14:31

Brasília (DF) – O número de compras pela internet cresceu consideravelmente no Brasil. É o que apontam os dados da empresa de inteligência de mercado com foco em e-commerce, Neotrust. Foram realizadas 78,5 milhões de compras on-line durante o primeiro trimestre de 2021, um número 57,4% maior do que o registrado no mesmo período de 2020.

A notícia é boa para o comércio, mas para os consumidores nem tanto, pois ao mesmo tempo em que aumentaram as vendas também aumentaram as taxas de fraudes financeiras. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional de Dirigentes Legistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Eles identificaram que pelo menos 16 milhões de brasileiros caíram em golpes.

Nos últimos 12 meses, aponta o estudo, quase 60% dos consumidores sofreram algum golpe na internet. No ano anterior, este número era menos da metade.

O estudo estima um prejuízo de R$ 2,7 bilhões incluindo os gastos na busca por reparação desse problema.

Golpes identificado no estudo

41% – não receberam o produto / serviço comprado
41% – produto diferente das informações dadas pelo vendedor
24% – cartão de crédito ou débito clonado
17% – golpe pedindo dados pessoais e bancários
15% – pagamento de falsa cobrança
14% – golpe de ações, fundo de aposentadoria, etc
13% – compras usando documentos falsos, perdidos ou roubados

Lei aumenta punições para crimes virtuais

Está em vigor desde o dia 28 de maio a lei que aumenta a punição para crimes cometidos em ambientes virtuais, como invasão de dispositivos, fraudes eletrônicas e estelionatos.

Deputado Vinicius Carvalho/Foto: Cedida

Com relatório do deputado federal Vinicius Carvalho (Republicanos-SP), aprovado e sancionado sem veto, a nova legislação tem como objetivo punir com maior rigor fraudes que se têm tornado comuns durante a pandemia de Covid-19, como estelionato e furto.

“Os dados e registros de casos relativos a fraudes eletrônicas no Brasil são contundentes e reforçam que precisamos endurecer o combate contra essas condutas perniciosas que afetam a economia, o funcionamento de nossas instituições e o bem-estar social de nosso povo”, afirmou Vinicius Carvalho.

A lei estabelece que, no crime de invasão de dispositivo informático previsto no Código Penal, tal penalidade passará a ser de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aumentando-se a pena de um terço a dois terços se a invasão resultar em prejuízo econômico. Nessa circunstância, a pena aplicável era de detenção de três meses a um ano e multa.

Se os crimes virtuais forem praticados contra idoso ou vulnerável, a pena aumenta de um terço ao dobro, considerando-se o resultado. E, se for praticado com o uso de servidor de informática mantido fora do país, o aumento da pena pode ir de um terço a dois terços.

Como se proteger de golpes na internet

Especialistas apontam que pedidos de doações de desconhecidos e ofertas com valores muito abaixo dos praticados pelo mercado devem inspirar desconfiança. Em sites fraudulentos, dados sensíveis, como RG, CPF e até mesmo informações bancárias, estão em risco.

Por isso, os consumidores precisam fazer uma extensa pesquisa sobre a reputação de uma empresa antes de realizar uma transação. Analisar a opinião de outros compradores pode ser uma boa fonte de informações nesse processo.

Dicas do Serasa de como se proteger de golpes na internet

1 – Pesquise a idoneidade da empresa

Confira os dados comerciais da empresa de comércio eletrônico. Os canais de venda virtuais são obrigados a fornecer dados como razão social, endereço, telefone e CNPJ, de preferência, em sua página principal. Desconfie de sites que não seguem essa regra.

2-Sem contato, nem pensar

Identifique as informações de contato. Quanto mais fácil você localizar telefones, endereços e e-mail para entrar em contato com o comércio eletrônico, tirar dúvidas ou encaminhar problemas, mais confiável o site é e menos provável será de você ser vítima de um golpe virtual. Alguns sites, inclusive, oferecem chat online pelo qual você pode conversar com um atendente em tempo real.

3 – Fique de olho na certificação digital 

Cheque as certificações digitais para evitar fraudes. As lojas virtuais que se preocupam com a segurança de seus clientes buscam obter selos de segurança e certificações digitais que protegem os dados fornecidos pelos clientes. Confira se a página inicial apresenta essa informação. Além disso, os endereços de sites de comércio eletrônico devem começar com “https” e não “http”.

4 – Atente à qualidade dos textos

Procure pistas de golpe no site. Erros de português e fotos de má qualidade são bons indícios de sites que não são idôneos, construídos de forma amadora e com a finalidade exclusiva de tirar dinheiro das pessoas. Fique atento.

5 – Conheça a reputação da empresa

Pesquise o que as pessoas andam falando sobre a empresa. Sempre que estiver com o pé atrás com algum comércio eletrônico, consulte a idoneidade do site nos órgãos de proteção ao consumidor como o Reclame Aqui. O Procon de sal cidade, por exemplo, mantém uma lista das empresas que recomenda evitar.

As redes sociais também são ótimas ferramentas para descobrir se existem reclamações em torno destes serviços e conhecer a opinião de outros consumidores. Nas fanpages das empresas no Facebook você encontra comentários de clientes e avaliações com estrelas. Além disso, você pode ver se a empresa responde os comentários deixados pelo público e se ela se importa em resolver os problemas que são relatados.

6 – Peça indicações

Não pense duas vezes antes de pedir indicações de parentes e amigos, sobretudo daqueles que já têm o hábito de comprar pela internet.

7- Leia a política do site

Você conhecerá não só suas medidas de segurança como também seu sistema de trocas e devolução. Quanto mais confiante você estiver, melhor será sua compra e mais protegido estará o seu CPF.

8 – Use dispositivos seguros

Utilize wi-fi, computador ou smartphone seguros. Nunca faça compras virtuais por meio de computadores de outras pessoas ou usando redes públicas de wi-fi. Isso só aumenta a chance de ação de pessoas mal-intencionadas.

9 – Fuja de promoções mirabolantes

Se um determinado produto está com o preço tão tentador que você quase não consegue deixar de comprar, pare, respire fundo e não compre. Preços muito reduzidos podem ser sinal de tentativa de fraude.

10- Guarde os comprovantes das compras

Imprima ou salve no computador as telas que indicam que a compra foi realizada, anote códigos de confirmação e guarde e-mails que chegam à sua caixa com dados da transação. Eles podem ser úteis no futuro.

Outra dica importante é monitorar regularmente seu CPF. É possível consultá-lo gratuitamente no Serasa Consumidor.

Texto: Agência Republicana de Comunicação – ARCO, com informações do SPC e Serasa
Fotomontagem: Arquivo Republicanos

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