Por que o Brasil usa urna eletrônica?

Modelo de urna é usado desde 1996 e uma das mais modernas do mundo

Publicado em 3/6/2024 - 10:22

As urnas eletrônicas são equipamentos de dados que permitem a coleta de votos de uma eleição, de forma moderna, rápida e segura por meio de um software instalado. O aparelho é resistente e foi criado para trabalhar nas mais extremas condições, sejam elas climáticas e de infraestrutura. No começo, o nome original da urna eletrônica era coletor eletrônico de voto (CEV).

A adoção das urnas também permite que o resultado das eleições seja apurado e divulgado poucas horas depois do encerramento das eleições, além de proporcionar mais conforto e praticidade aos eleitores

Outro ponto importante é que as urnas eletrônicas não possuem nenhuma conexão com a internet, fator que ajuda a desmentir possíveis casos de fraudes nos aparelhos e consequentemente, no pleito.

História das urnas eletrônicas

Criada em 1995 para afastar supostas fraudes no processo eleitoral, o modelo de votação com as urnas eletrônicas foi adotado nas eleições municipais de 1996. Na época, mais de 32 milhões de brasileiros (1/3 dos eleitores), tiveram a primeira experiência com o equipamento. No total, cerca de 70 mil urnas foram utilizadas em 26 capitais e em outros 31 municípios.

Antes, o voto era dado em cédulas de papel oficiais e padronizadas, onde os eleitores escolhiam suas opções por meio dos candidatos apresentados durante a campanha. Com a implantação da votação eletrônica, as cédulas passaram a ser utilizadas apenas em casos excepcionais, como impossibilidade de uso da urna caso apresente qualquer tipo de defeito. Outro problema com os votos dados em papel era a apuração, que levavam dias e até semanas para serem contados.

Quatro anos depois, nas eleições municipais de 2000, o pleito ficou marcado como a primeira eleição 100% informatizada da história do Brasil, encerrando de vez, o uso das cédulas. No total, foram usadas 353.780 urnas com um número de 109.780.071 eleitores aptos naquela oportunidade.

Composição do equipamento

O chamado hardware, os componentes físicos da urna eletrônica são compostos por teclado e pela carcaça. Os dispositivos internos, são inteiramente desenvolvidos pela equipe da Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (STI/TSE).

Tempo de vida útil da urna eletrônica

Todas as urnas eletrônicas possuem o tempo de vida útil de 10 anos de uso, ou a utilização de seis eleições consecutivas. Após esse tempo, todas elas seguem para a reciclagem. Aproximadamente 99% das peças do aparelho são recicladas e dão origem a novos produtos, como pufes e correias de sandálias.

Para as eleições 2024, 203.320 equipamentos já foram sido produzidos até o dia 31 de janeiro para serem usados e continuarem o processo de renovação das novas urnas. Esse número corresponde a 92,42% do total.

Já 200.920 urnas (91,33%) já foram entregues aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) em todo o Brasil. Outras 2,4 mil devem ser entregues brevemente. Todas elas ficam armazenadas e lacradas em poder do Tribunal Superior Eleitoral. Após a apuração, elas voltam a ser lacradas até o dia 14 de janeiro de 2025.

Veja também:

A importância das eleições municipais

Texto e arte: ARCO – Agência Republicana de Comunicação, com informações do TSE

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