Deputado do Republicanos alreta que uma média de 23% dos jovens brasileiros estão fora do mercado de trabalho
Publicado em 7/11/2019 - 00:00 Atualizado em 23/6/2020 - 23:12
Brasília (DF) – Por iniciativa do deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público e a Comissão de Educação realizaram audiência pública em conjunto para debater o desemprego da Juventude no Brasil. “Uma média de 23% dos jovens brasileiros estão fora do mercado de trabalho”, argumenta o deputado. O propósito é discutir o assunto para chegar à construção de uma agenda que integre Parlamento, sociedade e iniciativa privada.
“O Congresso vive o momento mais reformista da história do país desde a Constituição de 88. Tivemos a aprovação da reforma da Previdência e da Medida Provisória da Liberdade Econômica. Estamos prestes a votar as reformas Administrativa e Tributária, além do Novo Pacto Federativo. É mais do que nunca o momento de apresentarmos algo concreto para a geração de emprego e renda”, disse Silvio Costa Filho.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), o desemprego para a essa parcela da população é três vezes maior em relação aos demais. Do total de desempregados, a juventude ocupa 25%, são 4 milhões de jovens fora do mercado de trabalho. Existem aproximadamente 50 milhões entre 12 e 29 anos no país, dos quais 11 milhões, ou seja 23%, nem estudam nem trabalham, os chamados “nem-nem”.
Segundo a secretária da Juventude do Ministério da Mulher, Jayana Nicaretta, os números são bem preocupantes porque a mão de obra dos jovens já não atende mais a demanda e isso tende a ficar mais acentuado conforme o avanço tecnológico. “Atualmente, existem 460 mil vagas de trabalho abertas em tecnologia da informação, mas falta profissionais qualificados. Estamos falando de meio milhão de jovens que poderiam estar trabalhando, e do mercado, que deixa de avançar porque não estamos preparando profissionais para a área”, afirmou.
A capacitação foi tema também abordado pelo representante do SENAI, Felipe Morgado. Para ele, é necessário adequar a qualificação de trabalhadores e o desenvolvimento das indústrias ao mercado. “Não adianta formar profissionais desalinhados da demanda do setor produtivo. As políticas públicas devem acompanhar o desenvolvimento e a movimentação do setor produtivo”, argumentou.
Morgado observa que o maior desafio é fazer com que as empresas sejam mais ágeis e aprendam a desenvolver soluções de educação profissional voltados para a indústria 4.0. Na avaliação dele, a quarta revolução industrial é uma ocasião para o país se sobressair. “Todo o mundo vai ter que se requalificar para acompanhar o desenvolvimento da tecnologia, então essa é uma oportunidade para o Brasil diminuir a distância em relação aos países mais desenvolvidos”.
A diretora de Políticas e Regulação de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marilza Machado, adiantou que a reforma do ensino médio trará a formação técnica e profissional de forma obrigatória. Atualmente, apenas 8% dos jovens fazem educação profissional associada ao Ensino Médio. Segundo Marilza, essa opção tende a ser a mais procurada entre eles. “Cada escola vai ter que oferecer as duas opções. Além do certificado de educação básica, o jovem vai ter o certificado de técnico que pode, inclusive, aumentar as possiblidades de ele dar continuidade aos estudos”, finalizou.
Convocaram a audiência pública juntamente ao deputado Silvio Costa Filho, os deputados Lucas Gonzalez e Mariana Carvalho.
Texto: Fernanda Cunha, com edição de Mônica Donato / Ascom – Liderança do Republicanos
Foto: Douglas Gomes