Proposta ainda inclui enfermidades no rol de PCDs e torna o laudo médico permanente
Publicado em 27/2/2024 - 10:59
Atualizado em 29/2/2024 - 10:40
Brasília (DF) – O deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES) protocolou Projeto de Lei 103/2024 para instituir cadastro nacional de pessoas com doença renal crônica avançada e determina que o laudo médico pericial que ateste a doença tenha validade indeterminada. O projeto é apensado ao PL 11259/18.
Pelo texto, a proposta tem os seguintes objetivos:
I – otimizar o acesso aos serviços de hemodiálise fora do domicílio do paciente;
II – aperfeiçoar a coleta de dados epidemiológicos sobre as doenças renais crônicas;
III – promover pesquisa e desenvolvimento com base nos dados coletados.
Se aprovada a proposta, a doença renal crônica avançada será classificada, para todos os efeitos legais, como deficiência.
Cerca de 10% da população brasileira sofre com alguma forma de doença renal. Devido à natureza progressiva e silenciosa, muitas vezes o diagnóstico é tardio, acarretando a necessidade de tratamentos de alta complexidade.
O autor explicou que, com a criação do cadastro, será necessário que haja um mapeamento eficiente desses pacientes, facilitando a alocação de recursos e a implementação de políticas públicas mais direcionadas. Além disso, a medida pode garantir o acesso a serviços de hemodiálise “em trânsito”, o que contribuiria para a manutenção da estabilidade clínica e a redução de complicações decorrentes da interrupção do tratamento em viagens.
Pessoa com deficiência
Com a proposta, Messias Donato também pretende inserir os pacientes com doença renal crônica avançada no rol de pessoas com deficiência, uma vez que as restrições nas atividades diárias são uma realidade dessas pessoas. “A dependência de tratamentos contínuos, como diálise ou transplante renal, não apenas interfere na rotina diária, mas também impõe restrições à mobilidade e participação social. A fadiga persistente e a fraqueza associadas à doença renal crônica avançada contribuem para a dificuldade dos pacientes em realizar atividades físicas e sociais”, afirmou. Ele também pontuou que a influência negativa na saúde mental, comumente observada na forma de ansiedade e depressão, é outro fator que justifica a consideração da doença renal crônica avançada como uma deficiência física.
Por fim, o parlamentar sugeriu que o laudo médico pericial da doença seja permanente. “A necessidade de renovação periódica do laudo médico impõe um ônus desnecessário aos pacientes, além de consumir recursos administrativos e médicos que poderiam ser melhor empregados”, finalizou.
Tramitação
Após ser apresentada e protocolada, o PL segue para análise da Comissão de Saúde da Câmara.
Texto: Ascopm deputado federal Messias Donato
Foto: Douglas Gomes