Tia Eron promove sessão solene em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra

Para a republicana, a discriminação e a desigualdade racial devem entrar em pauta para que sejam desenvolvidas políticas públicas que possam promover o empoderamento dos negros

Publicado em 29/11/2016 - 00:00

Tia Eron promove sessão solene em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra
Evento contou com a participação de parlamentares, militantes e autoridades

Brasília (DF) – A deputada republicana Tia Eron (PRB-BA) presidiu, nesta terça-feira (29), sessão solene em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, na Câmara dos Deputados. De iniciativa da republicana, em conjunto com a deputada Erika Kokay, o evento contou com a participação de parlamentares, militantes e autoridades que debateram mecanismos de resgate da dívida social do Estado para com a população negra e formas de combate à desigualdade.

tia-eron-prb-sessao-solene-consciencia-negra-foto2-douglas-gomes-29-11-16Na avaliação da deputada Tia Eron, a discriminação e a desigualdade racial devem entrar em pauta para que sejam desenvolvidas políticas públicas com o objetivo de promover o empoderamento dos negros. “Apesar de sermos 54% da população, no Congresso Nacional, nossa representação ainda é mínima. Um parlamento com o déficit de representação de negros e negras, não é apenas sem democracia, é antidemocrático na sua essência e revelador do racismo velado e institucional que caracteriza a maneira como tal fenômeno se manifesta no Brasil”, criticou a republicana.

Segundo a ex-ministra das Mulheres, Igualdade Social e Direitos Humanos, Nilma Lino, que também é pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais, o racismo no Brasil é ambíguo. “Diferente dos Estados Unidos e do Apartheid, extinto regime político da África do Sul, a antropologia nos mostra que no Brasil o racismo se afirma na sua negação. Ou seja, quanto mais a gente nega, mais as injustiças se propagam”, explica ela, que tem pós-doutorado em Sociologia pela Universidade de Coimbra, Portugal.

Nilma acredita que é preciso desvelar o racismo para construir oportunidades iguais para todos. Os dados reafirmam o posicionamento da pesquisadora. Segundo o “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas”, divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e o Instituto Ethos, em maio deste ano, apenas 4,7%, de seus quadros executivos são compostos por negros. Ao passo que 53% da população brasileira é de negros.

Em seu discurso, a deputada Erika Kokay ressaltou os índices de assassinatos dos jovens negros. Em 2014, de acordo com o Ministério da Saúde, foram 44.582 homicídios de negros no Brasil, o equivalente a 123 mortes por dia, número que só cresceu, se compararmos com os dos demais anos, nos quais a taxa de mortalidade era de 34, em 2011, e de 36, em 2012 e 2013. “Negar o genocídio desses jovens é perpetuar o crime”, conclui a parlamentar.

Avanços

Apesar de o racismo dificultar o desenvolvimento em praticamente todos os âmbitos da sociedade brasileira, é possível constatar avanços no que diz respeito a promoção de políticas públicas. Como exemplo podemos citar as cotas para negros em Universidades Federais (Lei 12.711) e em concursos públicos (Lei 12.990), e a criação do Estatuto da Igualdade Racial.

Texto: Fernanda Cunha / Ascom – Liderança do PRB
Foto: Douglas Gomes

 

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