Como manter a saúde mental durante a pandemia de coronavírus

OMS lançou cartilha para a preservação do bem-estar durante o período de pandemia do novo coronavírus

Publicado em 10/4/2020 - 00:00 Atualizado em 3/6/2020 - 18:04

Brasília (DF) – Pandemias costumam gerar pânico generalizado na população, ainda mais quando se trata de uma doença nova, que não há vacina ou tratamento, como é o caso do novo coronavírus (Covid-19). Situações assim podem afetar a saúde mental, causando estresse, preocupação, sentimento de impotência, incertezas com o futuro e ansiedade, que pode se agravar com o distanciamento social atrelado ao excesso de informação.

Como manter a saúde mental em meio a pandemia?

O distanciamento social tem sido defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde como forma de evitar o aumento de infectados pela doença e preservar, principalmente, os grupos de risco, formado por idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas, além de sobrecarregar o sistema de saúde com casos graves.

Como é a primeira vez que os brasileiros passam por uma mudança brusca de rotina, com a liberdade limitada, essa situação nova traz consigo sofrimento, pois as pessoas estão aprendendo a lidar com um limite jamais imposto antes. E a convivência social é o que tornava a vida das pessoas mais leves, pois contavam com o apoio de amigos e familiares na ajuda de vários problemas, na elaboração de planos de curto e longo prazo, e isso está temporariamente suspenso devido ao cenário no qual o país vem passando.

Cartilha da OMS de como preservar o bem-estar durante pandemia

A OMS lançou, recentemente, uma cartilha com 30 recomendações de como preservar o bem-estar durante o período da pandemia para a população em geral; agentes de saúde; líderes de equipe e supervisores em postos de saúde; cuidadores de crianças; idosos, cuidadores e pessoas com problemas de saúde; e pessoas em isolamento.

Dentre as orientações para a população, a OMS destaca a necessidade de deixar de lado o preconceito com etnias e pessoas de outras nações, e que aja empatia por aqueles que foram afetados com a doença. Outra recomendação é não rotular as pessoas atingidas com termos pejorativos como “casos de coronavírus” ou a sua família como “família Covid-19” ou “os doentes”.

Segundo a publicação, após a melhora, a vida dessas pessoas voltará ao normal e sugere a utilização de termos como pessoas “em tratamento contra a Covid-19” ou “se recuperando da Covid-19”. Além disso, a cartilha sugere a redução da leitura ou o contato com notícias que podem causar ansiedade ou estresse. Proteger a si próprio e apoiar os outros ajudando-os em seus momentos de necessidade e criar oportunidades para ampliar histórias positivas e úteis e imagens positivas de pessoas na sua área que tiveram a Covid-19 foram outras recomendações do órgão.

A publicação também destaca a necessidade de homenagear e apreciar o trabalho dos cuidadores e dos agentes de saúde que estão na linha de frente atendendo pacientes em tratamento.

Para os agentes de saúde, a OMS recomenda o gerenciamento da saúde mental e o bem-estar psicossocial durante este momento de pandemia. Cuidados com a saúde como alimentação saudável, realização de atividade física e descanso também foram estratégias elencadas pelo órgão. É natural, ainda, que os profissionais da saúde possam estar sendo evitados por familiares por causa do medo de contaminação e a recomendação é que continuem conectados virtualmente com os entes queridos, e busquem colegas, supervisores e pessoas de confiança para esse apoio social.

A OMS também trouxe uma série de recomendações para as crianças. Dentre as orientações: ajude-as a expressarem, de forma positiva, seus medos e ansiedades; mantê-las perto de seus pais e familiares caso seja seguro, e caso seja necessário uma separação temporária, que o contato seja mantido por seus tutores com os familiares por chamadas de vídeo ou outra forma apropriada à idade da criança, pois tudo isso ajuda a ter como manter a saúde mental delas. Também é necessário a manutenção da rotina familiar e sempre que possível a criação de novas rotinas com atividades lúdicas e pedagógicas.

Para os idosos, grupo de risco da Covid-19, também devem ser seguidas algumas orientações. Para eles, deve ser oferecido apoio emocional por meio dos familiares e agentes de saúde e o compartilhamento de informações sobre o que está acontecendo para a redução dos riscos de contaminação, sempre com palavras compreensíveis para quem tem barreiras de entendimento. Além disso, se fazem uso de alguma medicação, é necessário que o tratamento não seja interrompido e os remédios devem estar disponíveis para uso. Outra recomendação, é que os idosos estejam preparados e informados, com antecedência, de como buscar ajuda, a exemplo de como chamar um táxi, pedir uma comida, ou mesmo ajuda médica. Exercícios físicos diários também são recomendados para os idosos durante o confinamento, para que não haja redução da mobilidade. 

Como manter a saúde mental durante a pandemia de coronavírus

O deputado federal Hugo, Motta, do Republicanos Paraíba, é médico e destacou a importância das famílias manterem a rotina nesse momento de distanciamento social. “É muito importante que as famílias tentem estabelecer uma rotina nesse isolamento, principalmente com as crianças. Sabemos que o Brasil tem grandes desigualdades e não dá para a gente ficar fingindo que todos têm a mesma estrutura dentro de casa, mas podemos buscar informações importantes sobre como melhorar a rotina, a exemplo de fazer exercícios com o que se tem em casa, brincadeiras com mímicas, leituras, ouvir música junto, aproveitar os momentos para conversar mais”, indicou.

Motta frisou, ainda, que uma grande preocupação no momento é como manter a saúde mental das famílias e dos trabalhadores e defendeu fortalecimento da rede de saúde mental. “Faz-se urgente criar mecanismos de proteção e atendimento. Fortalecer a rede de saúde mental é um passo importante. Quero falar, aos pais e mães de família, que o Congresso está atuando firmemente para minimizar os impactos do isolamento em diversas esferas, que esse momento de crise de saúde pública vai passar, que a crise econômica gerada pelo coronavírus vai passar e que precisamos estar focados para cobrar soluções com o objetivo de fazer com que o maior número possível de brasileiros fique bem”, enfatizou.

Acesse, AQUI, a publicação da OMS no site da ONU News.

Por Agência Republicana de Comunicação (ARCO), com informações da OMS

 

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