A capacitação dos profissionais e reestruturação das escolas foram defendidas por famílias de pessoas com deficiência.
Publicado em 21/9/2015 - 00:00
Belo Horizonte (MG) – Por iniciativa do deputado estadual Gilberto Abramo (PRB-MG), a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais promoveu no último dia 17 de setembro uma audiência pública para debater os avanços e as perspectivas da educação inclusiva e especial. A capacitação dos profissionais da educação, reestruturação das escolas e medidas incisivas por parte do Poder Público foram defendidas por famílias de pessoas com deficiência.
O republicano questionou o atual sistema de ensino sobre a educação inclusiva. Segundo ele, os pais estão encontrando inúmeras dificuldades para matricular seus filhos em escolas especiais. “A orientação é de que os pais façam o cadastro escolar do estudante. A primeira indicação é direcionar o aluno para uma escola regular. Caso a instituição de ensino não atenda as necessidades do aluno, a alternativa é buscar uma segunda opção”, aponta o parlamentar. Para ele, “isso é um erro que vem acontecendo ao longo dos anos e é inadmissível que se passe mais um governo sem que as necessidades desses alunos, de fato, venham ser supridas. Se eu sei que há pessoas com deficiência, para que vou esperar uma solicitação e ter que enfrentar uma burocracia?”, destacou Abramo.
Famílias pedem profissionais direcionados
O debate contou com a participação de representantes de associações e pais de alunos com deficiência, que expuseram suas dificuldades frente às burocracias, à falta de monitores específicos para os diferentes tipos de deficiência e as localidades onde não há escolas especiais.
Thiago Helton, membro da Comissão de Acessibilidade da PUC Barreiro, destacou a necessidade de um atendimento diferenciado para os alunos com necessidades especiais. “As pessoas com deficiência têm sido discriminadas, pois o ensino não está sendo adequado para as necessidades e realidade desses alunos”, disse Denise Martins, representante das Mães e Familiares de Pessoas com Deficiência, ao criticar o sistema vigente de educação no Estado. Já a delegada da Associação dos Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil, Lecir Magalhães, ressaltou a importância de haver uma harmonia entre os envolvidos na educação inclusiva. “As crianças precisam de vários cuidados, por isso, profissionais da educação e da saúde devem trabalhar juntos nesse processo de aprendizado”, disse.
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, Minas Gerais conta com 34 escolas especializadas, oito delas localizadas em Belo Horizonte. O Estado mantém matrículas para as pessoas com deficiência em 3,2 mil escolas da rede estadual de ensino, que realizam 1,2 mil atendimentos educacionais especializados.
In Loco
Na ocasião, Gilberto Abramo apresentou um requerimento solicitando os dados cadastrais das famílias de pessoas com deficiência de todo o Estado, no sentido de realizar visitas por parte do colegiado para verificar a real situação dos alunos matriculados. Abramo fez questão de enfatizar que “disponibilizar recursos para a educação inclusiva não representa gasto, mas investimento”.
Texto e fotos: Lélia Queiroz / Ascom PRB – Minas Gerais
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