Republicano chama atenção para o aumento do abuso infantil

Dados apontam que o país tem 282 denúncias ao dia de violações a crianças e adolescentes. O deputado Roberto Alves alerta sobre a importância de denunciar

Publicado em 7/7/2021 - 10:00

Brasília (DF) – O número de denúncias de crimes contra crianças e adolescentes voltou a crescer no Brasil. Nos primeiros seis meses de 2021, o país registou uma média de 282 denúncias, segundo dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH). A maior parte delas (121) é de maus-tratos, e 52 são de abuso sexual, como estupro ou assédio. O aumento do abuso infantil é preocupante.

Desde que a pandemia começou, em março de 2020, o número de denúncias caiu de 29 mil no primeiro trimestre para 20 mil nos últimos três meses do ano. Em 2021, voltaram a subir, e atingiram 25 mil entre abril e junho.

Reconhecido cientificamente como indispensável para impedir a transmissão de Covid-19, o isolamento social dificultou as denúncias de violações contra crianças e adolescentes. Isso porque 80% dos casos acontecem dentro da casa da vítima, e 65% dos suspeitos são os próprios pais, mães, padrastos ou madrastas — o que deixou as violações escondidas no âmbito familiar dos agressores e suas vítimas, apontam os dados da ONDH.

Em 2020, diferentes instituições públicas que funcionam na rede de proteção das crianças ficaram fechadas funcionando remotamente, o que agravou a triste estatística.

Deputado Roberto Alves/Foto: Cleia Viana-Câmara dos Deputados

Combate ao aumento do abuso infantil 

O deputado federal Roberto Alves (Republicanos-SP), presidente da Frente Parlamentar de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, chama atenção para o aumento do abuso infantil e destaca ser importante dar atenção ao comportamento e aos relatos da criança para que se possa encontrar o agressor. De acordo com ele, na maioria dos casos os abusadores são da família da vítima ou conhecidos.

“O isolamento social causou a falsa impressão de que as violações contra crianças e adolescentes diminuíram com a pandemia. Na verdade o número de registro de denúncias foi que caiu. Muitas vezes o abusador se encontra dentro da própria casa ou é alguém de confiança da família. Vemos agora com o afrouxamento das medidas de restrição de circulação, que o número de denúncias voltou a subir. Toda vez que você perceber algum sinal de abuso ou maus-tratos, é preciso denunciar aos órgãos competentes para que seja tomada todas as medidas legais. Vamos proteger nossas crianças contra esses criminosos. Criança tem que estudar, brincar e fazer atividades adequadas para sua faixa etária”, avaliou Roberto Alves.

Ambiente virtual

Os dados da ONDH mostram, ainda, que o número de violações no ambiente virtual cresceu 80% durante a pandemia. E, das 1.277 denúncias relacionadas à internet em 2021, 623 envolvem crimes sexuais, e outras 382, exposição erótica de crianças.

Já as violações em via pública caíram 45%, e aquelas realizadas em instituições de ensino, 63%. Considerando apenas os casos de crimes sexuais (estupro, abuso sexual, exploração sexual, abuso sexual psíquico e assédio sexual), caíram de 89 entre janeiro e março de 2020 para 7 nos últimos três meses do ano.

Sinais que caracterizam abuso 

De acordo com especialistas, as crianças demonstram que estão sofrendo algum tipo de exploração. O comportamento agressivo, com choros e gritos são sinais que tem algo errado em casa. Neste momento, os responsáveis, parentes e até vizinhos têm de ficar de olho para acompanhar a criança e entender melhor a situação. Além disso, é preciso ficar em alerta com o surgimento de manchas de machucado no corpo, rejeição à alimentação, descuido com a higiene pessoal e mudanças repentinas de humor.

Outra manifestação que precisa ser analisada são o surgimento de comportamentos impróprios para a idade da criança, como perguntas sobre assuntos sexuais e, até mesmo, brincadeiras que envolvam o assunto. Neste momento, é preciso investigar, sem assustar a criança para conseguir obter o maior número de informações possíveis.

Texto: Agência Republicana de Comunicação – ARCO, com informações da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH)
Foto: Banco de imagens Republicanos

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