Mulheres na ciência: o protagonismo pode e deve ser delas

Artigo escrito pela republicana Selma Fraga, secretária municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia de Gravataí (RS)

Publicado em 15/2/2023 - 11:37

O que nós sabemos sobre as mulheres na ciência? Essa pergunta tem o propósito provocativo, porque normalmente lembramos de homens que fizeram muito na história. Será que é por eles terem mais capacidade ou apenas os seus trabalhos foram mais divulgados? Essa é a verdadeira pergunta na qual eu gostaria de chegar.

Não nos faltam nomes para enumerar as mulheres na ciência. Quem lembra, por exemplo, de Kay McNulty, Mauchly Antonelli, Jean Jennings Bartik, Fraces Synder Holberton, Marlyin Wescoff Melzeer, Fraces Bilas Spence e Ruth Lichterman Teitelbaum? Foram elas que criaram o primeiro computador digital eletrônico de grande escala.

No Brasil, em especial, temos muitas cientistas que fazem e fizeram história, basta lembrar de um nome mais recente: Jaqueline Goes de Jesus, que mapeou o genoma do coronavírus em apenas 48 horas. A lista ainda pode incluir a Bióloga Bertha Lutz, a Psiquiatra Nise da Silveira, entre tantas outras. Reparo que lembramos delas apenas quando fazemos alguma pesquisa específica, dificilmente estão na “ponta da língua”. Isso me faz pensar que a grande questão não é se somos capazes ou não, pois não há dúvidas de que somos, mas como divulgamos e reconhecemos o que fazemos.

Há muitos ciclos na vida das mulheres que trazem mais desafios a esse protagonismo no mercado de trabalho, inclusive a própria maternidade. Apesar disso, acredito que os tempos já mudaram e não faltam exemplos de mulheres que conciliam a vida pessoal e profissional. A carga de ambos ainda não é dividida como sonhamos, mas certamente já evoluiu.

Falar cada vez mais sobre as conquistas das mulheres nas ciências é uma das formas de inspirar e abrir espaços para que outras criem coragem para se apropriar do seu conhecimento. Não temos que ter receio de mostrar aquilo que fazemos bem, os resultados que obtemos e como ajudamos a mudar o mundo. Não temos que nos esconder e nem viver com uma modéstia que, por vezes, apaga a nossa estrela. Se o nosso trabalho brilha, ele precisa, sim, aparecer. E quanto mais de nós estiverem no topo, mais mulheres irão ocupá-lo na sequência.

A ciência é incrível porque nos dá a oportunidade de questionar, criar o novo, repensar aquilo que é feito de determinada forma há décadas. A grande base da ciência, inclusive, é ter a pergunta certa. Quando uma mulher olha para um problema e pensa “e se fizermos isso de outro jeito?”, é ali que começa a nascer uma solução capaz de mudar o mundo.

Como Secretária Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia, o meu trabalho tem sido enfatizar que não se tenha medo de fazer as perguntas certas e, assim, criar algo novo. O que tenho encontrado são muitas mulheres querendo fazer isso e realizando grandes ideias na ciência, empreendedorismo e política. Nas nossas ações, seja através de hackathons, oficinas e outras iniciativas abertas a todos, o que desejo é que os espaços também sejam ocupados por mulheres, que elas não tenham medo de se inscreverem, de lançarem suas ideias e brilharem. São delas os futuros nomes que estarão escritos na história sem precisar de qualquer pesquisa para saber que merecem o protagonismo que recebem

*Os artigos publicados no Portal Republicanos são de responsabilidade de seus autores

Foto: cedida

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