Ireuda Silva fala sobre o Dia da Consciência Negra

Vereadora ressalta importância de penas mais duras para o crime de injúria racial

Publicado em 25/11/2022 - 09:38

Salvador (BA) – No Dia da Consciência Negra, celebrado no último domingo (20), a vereadora de Salvador Ireuda Silva (Republicanos-BA) teceu algumas reflexões sobre a data e esse tema que se mostra cada vez mais importante para o Brasil e o mundo. Na avaliação da republicana, é impossível falar em liberdade plena enquanto a sociedade insistir em manter o preconceito racial em suas estruturas.

“Como sempre destaco, nós, pessoas negras, temos aberto muitos caminhos. Essas conquistas não são fruto apenas de esforço, de aquisição de conhecimento e preparo, mas de uma luta que alterou alguns pontos na estrutura social. Isso permitiu a ascensão de muitos de nós, do exercício das nossas capacidades e do ressoar da nossa voz, trazendo mais diversidade e disseminando a importância do combate ao racismo. Entretanto, não seremos totalmente livres enquanto algum de nós ainda estiver preso pelas correntes do racismo”, avalia.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram o quanto a desigualdade ainda persiste. Segundo o levantamento, as mulheres negras são as que mais sofrem para entrar no mercado de trabalho. No segundo semestre deste ano, a taxa de desemprego entre elas foi de 13,9% e de 9,3% para a população em geral.

No campo, 79,1% dos donos de terras são brancos, e só 17,4% são pardos e 1,6% são pretos. “Essa configuração ainda reproduz muito a que tivemos no período escravista e é uma das responsáveis, hoje, pelos inúmeros trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão, em fazendas pelo país. E tem gente intelectualmente desonesta que vem falar em democracia racial, ou que não existe racismo no Brasil”, pontua Ireuda.

Para a vereadora, esse panorama vai muito além de se ter penas mais duras ou de uma justiça mais eficaz contra casos de injúria racial. “Além de ações afirmativas em universidades e no mercado de trabalho, para facilitar o ingresso de pessoas negras, é fundamental que o tema seja tratado nas escolas. Ensinar cultura e história afros, debater racismo, leis e igualdade são quesitos fundamentais para eliminarmos o racismo. Precisamos formar cidadãos com senso crítico, antirracistas, tornando essas pessoas capazes de modificar as bases da sociedade”, defende.

O Dia da Consciência Negra é uma alusão à morte de Zumbi dos Palmares e é a mais simbólica para a luta contra o racismo, a desigualdade, a opressão e pela consolidação de direitos para as pessoas negras.

Texto: Ascom Ireuda Silva
Foto: cedida

 

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