Empreendedorismo feminino: importância e desafios

Artigo escrito pela republicana e deputada federal Maria Rosas (SP)

Publicado em 22/12/2022 - 13:57

Fruto do avanço na garantia dos direitos, o empreendedorismo feminino celebra uma quebra de paradigmas. Mas, apesar do crescimento, há vários obstáculos ainda a serem enfrentados para que as oportunidades entre homens e mulheres sejam equivalentes. Embora representem 52% da população, as mulheres ainda não são maioria no mundo dos negócios.

Hoje, as empreendedoras já somam mais de 30 milhões no Brasil, de acordo com a Global Entrepreneurship Monitor, o que representa 48,7% do mercado. Só no último ano o empreendedorismo feminino cresceu em 40%, segundo dados da Rede Mulher Empreendedora, criada em 2017 e hoje atende mais de 500 mil mulheres cadastradas com orientações desde como abrir uma empresa até se fortalecer no mercado. O maior número está na faixa etária de 22 a 35 anos e os negócios estão voltados, principalmente, para serviços na alimentação, beleza, estética e moda.

Contudo, o aumento ainda é caracterizado pela necessidade e não pela oportunidade. Com a pandemia, muitas mulheres ficaram desempregadas e precisaram buscar outras formas de renda.

Na Câmara dos Deputados, sou autora do Projeto de Lei 2589/2021. A matéria institui o Programa Crédito da Mulher, incentivando o empreendedorismo feminino por meio de crédito facilitado. O projeto assegura, nas políticas de concessão de crédito, prioridade e condições facilitadas, inclusive taxas de juros reduzidas, para o financiamento de microempresas e de pequeno porte controladas e dirigidas por mulheres.

Torna-se necessário haver programa específico e planejamento sério para a inclusão das mulheres no mercado de crédito, especialmente para aquelas que estão começando e que têm uma renda mais baixa. Além disso, devem ser postos à disposição mecanismos adequados para que ocorra capacitação nas atividades empreendedoras e expansão empresarial e nos investimentos. Os bancos públicos e as políticas governamentais são essenciais para melhorar a inserção produtiva e financeira das mulheres, criando projetos libertadores do ponto de vista econômico.

O empreendedorismo feminino colabora para a construção de uma sociedade mais justa na medida em que gera oportunidades de liderança para as mulheres. Assumir o próprio negócio é uma forma de ascensão para cargos de liderança, com o potencial de colaborar para a modificação desse quadro de desigualdade. Empreender é uma atitude de determinação e coragem e para as mulheres, compreende a iniciativa de liderança feminina, incluindo a atuação em altos cargos dentro das empresas.

Assim como este projeto, existem muitos outros que incentivam o empreendedorismo feminino. Como procuradora da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados e parlamentar que representa as causas femininas, continuo lutando para conseguirmos cada vez mais espaço e autonomia.

*Os artigos publicados no Portal Republicanos são de responsabilidade de seus autores

Foto: Douglas Gomes

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