Delegado Ericlaudio Alencar sai em defesa da segurança pública do Amapá

Eleito deputado estadual, o republicano também vai fiscalizar o trato da coisa pública.

Publicado em 3/11/2014 - 00:00 Atualizado em 17/6/2020 - 14:50

Aos 56 anos, o paraense Ericlaudio Alencar foi eleito deputado estadual pelo PRB Amapá como o segundo mais bem votado na capital Macapá, lugar onde concentrou sua campanha pela falta de recursos para andar pelo interior. “Caminhava 10 km por dia!”, disse orgulhoso o republicano que recebeu 5.616 votos do eleitorado. O trato com a coisa pública deve ser uma de suas principais atuações no legislativo, ao lado de melhorias para a segurança pública do estado.

Filho de Dona Aurélia Alencar, Ericlaudio Alencar Rocha está casado há 24 anos com Cristina Lobato, com quem tem dois filhos. De família muito pobre, teve que improvisar desde muito cedo para conseguir uma vaga na faculdade, estudando pelos livros do telecurso segundo grau. Hoje, delegado da Polícia Civil no Amapá, é conhecido no estado por ter fechado mais cedo os bares e casas noturnas da capital, atitude que causou grande revolta em um grupo de pessoas não satisfeitas com a maneira do republicano trabalhar. “Quando entrei na polícia, eu queria organizar a noite de Macapá. Foi quando começamos a fechar os bares mais cedo e passamos a dar maior tranquilidade à população, principalmente aos pais e às mães dos nossos jovens porque seus filhos começaram a voltar mais cedo para casa.”, observou.

Leia a entrevista na íntegra.

 

ENTREVISTA

 

Agência PRB Nacional – Quem é Ericlaudio Alencar?

Ericlaudio Alencar – Vim de uma família muito pobre e, como não tinha cursinho na minha cidade, estudava pelos livros do telecurso segundo grau. Em 1986, consegui uma vaga de Direito na Universidade Federal do Pará e, para me manter, trabalhava de motorista e como vigia. Passei no primeiro concurso para assistente jurídico da União, quando as coisas melhoraram um pouquinho mais. Advoguei durante dez anos e passei no concurso para delegado da Polícia Civil, onde estou há sete anos.

 

Agência PRB Nacional – Fale um pouquinho sobre sua atuação como delegado.

Ericlaudio Alencar – Sou delegado de polícia aqui na cidade. Nossa capital, Macapá, concentra 60% da população do estado e é uma cidade com hábitos estranhos. A vida noturna é muito intensa e muito desorganizada. Quando entrei na polícia, eu queria organizar a noite de Macapá. Foi quando começamos a fechar os bares mais cedo e passamos a dar maior tranquilidade à população, principalmente aos pais e às mães dos nossos jovens porque seus filhos começaram a voltar mais cedo para casa. Depois, quando entrou um novo governo, que não gostava do nosso trabalho, começou uma intensa perseguição a minha pessoa. Mais tarde, fui convidado a fazer um programa de televisão, um programa policial, que é a minha área, onde eu expunha as mazelas da cidade e a questão da segurança pública.

 

Agência PRB Nacional – Como foi a sua campanha?

Ericlaudio Alencar – Eu fiz uma campanha franciscana, andando. Eu coloquei um carro de som na rua e saía falando nesse carro. Foram três meses onde andei em média 10 km por dia. Como eu sou ligado ao atletismo, então não houve nenhum problema para eu andar. Mas minha campanha foi no chão, eu não andei dentro do carro. Eu usava um microfone sem fio e andava pelas ruas, visitava as casas das pessoas, tomava um cafezinho com elas. Minha campanha toda foi assim.

 

Agência PRB Nacional – Qual foi o clamor do povo nas ruas? O que o senhor mais ouviu?

Ericlaudio Alencar – As pessoas estão querendo um melhor trato com a coisa pública. Elas querem pessoas que efetivamente tratem da coisa pública de forma honesta. Elas clamam por honestidade. O Estado do Amapá está tento muitos problemas nessa área e eles estão buscando pessoas novas. A população está muito atenta a isso.

 

Portal PRB – Depois da vitória, o senhor tem voltado para agradecer os eleitores?

Ericlaudio Alencar – É o assunto do momento aqui na cidade porque eu disse para as pessoas que eu não conseguia entender como é que um político que se elege e não volta para agradecer. Todos os jornais, todas as televisões aqui deram que eu fiz a campanha e agora estou fazendo uma re-campanha. Estou voltando em todos os bairros, em todas as ruas, em todas as casas por onde eu passei pedindo voto, estou voltando para agradecer.

 

Agência PRB Nacional – Por que sair candidato a deputado estadual?

Ericlaudio Alencar – Aconteceu da seguinte forma: a segurança pública, de um modo geral, está sucateada aqui no estado. Por exemplo, eu sou delegado, mas me sinto impotente para atender aos anseios da população nesse quesito. Teve momentos que eu não tinha uma viatura para andar, não tinha gasolina para me deslocar! E a população fica clamando para a gente ajudar porque há muito assaltos por aqui e eu me sentia impotente. Então, eu decidi lutar de outra forma. Decidi buscar um mandato para que eu pudesse corresponder às expectativas da população. Foi quando eu parti para a política partidária e coloquei o meu nome à disposição da população, exatamente para poder enfrentar uma luta nesse sentido, de dar mais tranquilidade ao cidadão.

 

Agência PRB Nacional – Como deve ser o seu mandato? Como o senhor vai atuar?

Ericlaudio Alencar – O meu mandato vai ter dois eixos principais: primeiro, a segurança pública, depois, o trato da coisa pública. Eu vou exercer efetivamente o papel do deputado na fiscalização da aplicação da verba pública. As pessoas não têm ideia que a verba pública não é do político, não é do governador, é do público. Por isso, que tem que fiscalizar com muita eficiência, apesar de que existem muitos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas e as auditorias, mas eu acho que elas não são fiscalizadas a contento. Tem que ter muita vigilância nesse sentido.

 

Agência PRB Nacional – Uma mensagem para finalizar.

Ericlaudio Alencar – Eu quero deixar uma mensagem, principalmente para os jovens. Sou professor da Faculdade de Direito aqui e gosto de dizer sempre para os meus alunos, jovens, que eles podem chegar aonde eles quiserem. O jovem com um sonho na cabeça e que coloca o pé no chão para caminhar, ele pode chegar a realizar todos os seus sonhos. Não basta querer, ele tem que caminhar em direção aos seus objetivos, e os objetivos são alcançados com muito suor, muita determinação. Eu procuro sempre dizer que eu não sou de teorias, eu gosto das práticas da vida. E a minha vida, foi isso que eu contei, de uma família muito pobre e que agora recebe um lugar de destaque na sociedade, mas sempre lembrando que esse mandato é do povo.

 

Texto: Helen Assumpção / Agência PRB Nacional
Foto: Arquivo pessoal

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