Câmara aprova projeto que garante privacidade como padrão em navegadores e aplicativos

Proposta relatada por Julio Cesar Ribeiro prevê maior transparência e proteção de dados para usuários da internet

Publicado em 21/10/2025 - 09:00 Atualizado em 22/10/2025 - 14:18

Brasília (DF) – A Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2453/25, que determina que navegadores, aplicativos e demais serviços de internet adotem, por padrão, configurações voltadas à proteção da privacidade do usuário. O texto altera o Marco Civil da Internet e representa um avanço nas garantias digitais dos brasileiros.

Relatado pelo deputado federal e presidente do colegiado, Julio Cesar Ribeiro (Republicanos-DF), o texto segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça, em caráter conclusivo.

Privacidade como regra, não como exceção

A principal mudança trazida pelo projeto é a exigência de que, no primeiro uso ou instalação de serviços digitais, as configurações padrão garantam:

  • Bloqueio de rastreadores de terceiros;
  • Proibição da coleta não autorizada do histórico de navegação;
  • Limitação da coleta de dados pessoais ao mínimo necessário;
  • Adoção, sempre que possível, de criptografia e anonimização de dados.

Além disso, os usuários devem poder alterar as configurações de privacidade a qualquer momento, de forma simples e acessível.

Para Julio Cesar Ribeiro, a medida corrige distorções de um modelo de negócios que ainda lucra com a exploração descontrolada de dados pessoais. “Ao exigir que a privacidade seja a regra inicial e não a exceção, o projeto resgata a centralidade do consentimento livre, informado e expresso, tornando-o mais autêntico e menos formal”, argumentou o parlamentar.

Transparência e controle para o usuário

Outro ponto importante do projeto é a obrigação de que os provedores informem com clareza quais dados estão sendo coletados, como serão utilizados e com quem serão compartilhados, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

O texto também proíbe que serviços condicionem o uso da plataforma à mudança das configurações de privacidade — salvo quando tais alterações forem indispensáveis ao funcionamento do serviço ou exigidas por lei.

Prática cada vez mais comum

Hoje, muitos aplicativos e sites já adotam práticas que coletam dados de forma automática e pouco transparente. Com a aprovação da proposta, essa conduta será limitada, estabelecendo um novo padrão que prioriza o respeito à privacidade desde o início da experiência do usuário.

Julio Cesar Ribeiro apresentou ainda, duas emendas ao texto original, com o objetivo de aperfeiçoar a redação sem alterar o conteúdo essencial da proposta.

Texto: Com informações da Agência Câmara de Notícias
Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

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