Objetivo dos encontros foi incentivar os investimentos e o comércio entre os integrantes dos Brics
Publicado em 14/10/2016 - 00:00
Nova Déli (Índia) – Durante a 6ª Reunião dos Ministros de Comércio dos Brics, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira (PRB), participou de encontros bilaterais para incentivar investimentos e o comércio entre os países do bloco.
Com Nirmala Sitharaman, ministra de Comércio e Indústria da Índia, anfitriã do evento, o ministro destacou que o comércio entre os dois países ainda é pequeno dado o tamanho das duas economias. A corrente de comércio foi de cerca de US$ 8 bilhões em 2015. Para ampliar este número, Marcos Pereira defendeu diversas iniciativas, como a implementação de um acordo de Comércio Preferencial entre o Mercosul e a Índia, e a assinatura do Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI) entre os dois países. “Será o primeiro ACFI assinado pelo Brasil com um país asiático”, enfatizou o ministro, informando também que o Brasil vive um momento de melhora do ambiente de negócios. A ministra indiana se mostrou receptiva à assinatura do acordo de investimentos e informou que a Índia também vive um momento de reformas, assim como o Brasil.
“No último ano, o fluxo de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) na Índia foi de US$ 55 bilhões. Todavia, o IED brasileiro na Índia ainda é modesto. Podemos ter investimentos nas duas direções. Temos potencial pra isto”, disse Nirmala Sitharaman.
Com o ministro de Comércio e Indústria da África do Sul, Rob Davies, Marcos Pereira também falou das vantagens do modelo de acordo de investimentos brasileiro, que tem sido considerado uma iniciativa inovadora voltada para incentivar e apoiar a internacionalização de empresas. O ministro sul-africano mostrou-se receptivo à sinalização brasileira de avançar na negociação da assinatura de um ACFI.
Os dois ministros também conversaram sobre uma dificuldade comum aos países dos Brics, que é a queda mundial dos preços das commodities. A solução buscada pela África do Sul passa pela diversificação dos investimentos e implementação de um programa ambicioso para desenvolver a infraestrutura. Do lado brasileiro, o ministro Marcos Pereira informou que o Brasil tem a mesma percepção e que lançou, no mês passado, o Programa Crescer, que pretende atrair investimentos privados brasileiros e estrangeiros para a área de infraestrutura.
“São, inicialmente, 34 projetos nos setores de energia, aeroportos, rodovias, portos, ferrovias e mineração, destinados a concessões para a iniciativa privada. Queremos estimular a concorrência, dar mais transparência ao processo e segurança aos investidores – estas são linhas gerais do projeto. Da mesma forma, asseguro que as regras vão ser respeitadas e vai existir amparo legal para investir – a nossa prioridade é com a segurança jurídica”, disse o ministro.
A última reunião bilateral foi realizada com o ministro de Indústria e Comércio da Rússia, Denis Manturov, que fez várias solicitações relacionadas a outras pastas, como incentivos para projetos de petróleo e gás, e licenças para a venda de medicamentos no Brasil. O ministro prometeu levar os peitos a seus colegas, no Brasil.
Intercâmbio comercial
O PIB dos países dos Brics totalizou US$ 16,4 trilhões em 2015. De janeiro a setembro de 2016, a corrente de comércio do Brasil com os países integrantes dos Brics chegou a US$ 53,8 bilhões, com exportações de US$ 33,2 bilhões e importações de US$ 20,6 bilhões, resultando em superávit de US$ 12,6 bilhões para o Brasil. A pauta de exportações é composta 76,7% de produtos básicos, 14,9% de semimanufaturados e 8,3% de manufaturados.
Texto e foto: Ascom – MDIC
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