Republicanos reforçam a necessidade de combater o analfabetismo

Titulares na Comissão de Educação da Câmara, Maria Rosas e Luizão Goulart defendem o aprimoramento de políticas públicas para erradicar o analfabetismo

Publicado em 17/9/2021 - 10:00

Brasília (DF) – A taxa de analfabetismo no Brasil passou de 6,8%, em 2018, para 6,6%, em 2019, uma queda de 200 mil pessoas, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação. Apesar da redução, o combate ao analfabetismo deve ser fortalecido, pois o Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos, aponta a Pnad. São pessoas de 15 anos ou mais que, pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não são capazes de ler e escrever nem ao menos um bilhete simples.

Deputada Maria Rosas/Foto: Douglas Gomes

Os dados mostram, ainda, que 18% daqueles com 60 anos ou mais são analfabetos. Em 2018, eram 18,6% e, em 2016, 20,4%.

A deputada federal Maria Rosas (Republicanos-SP), professora e titular da Comissão de Educação da Câmara, observa que é preciso investimentos e políticas voltadas para melhorar a qualidade da educação.

“É necessário ter políticas públicas em relação ao analfabetismo, porque se não tivermos atenção para as necessidades do estudante e sua família e ainda, nas escolas um olhar focado em relação ao professor alfabetizador, a formação continuada, condições de trabalho, a conscientização das famílias para que esse aluno possa aprender, os prejuízos serão imensuráveis nos anos seguintes na educação fundamental, no ensino médio e até mesmo na educação superior, em que vamos formar o que chamamos de analfabetos funcionais”, disse Maria Rosas.

A mesma opinião tem o deputado federal Luizão Goulart (Republicanos-PR), professor e colega de Maria Rosas na Comissão de Educação da Câmara. Ele defende investimentos em tecnologia, preparação e motivação dos educadores.

Deputado Luizão Goulart /Foto: Douglas Gomes

“Apesar da redução das taxas de analfabetismo, os dados seguem preocupantes. Como professor de formação, acredito que o progresso nos estudos depende inteiramente da aquisição dos conhecimentos básicos. Sem saber ler com compreensão e escrever corretamente, a criança ou adulto jamais percorrerá com êxito sua trajetória escolar, nem terá igualdade de condições e de oportunidades para alcançar seu desenvolvimento pessoal e contribuir com a sociedade. Precisamos, cada vez mais, atuarmos em políticas públicas educacionais que mudem esse cenário. Investir em educação com novos meios pedagógicos como a tecnologia é um dos caminhos, além da necessidade do incentivo à formação e valorização continua dos profissionais da educação básica”, avalia Luizão.

Desigualdades

Além das diferenças entre as idades, o levantamento mostra que existem desigualdades raciais e regionais na alfabetização no Brasil. Em relação aos brancos, a taxa de analfabetismo é 3,6% entre aqueles com 15 anos ou mais. No que se refere à população preta e parda, segundo os critérios do IBGE, essa taxa é 8,9%. A diferença aumenta entre aqueles com 60 anos ou mais. Enquanto 9,5% dos brancos não sabem ler ou escrever, entre os pretos e pardos, esse percentual é cerca de três vezes maior: 27,1%.

As regiões Sul e Sudeste têm as menores taxa de analfabetismo, 3,3% entre os que têm 15 anos ou mais. Na Região Centro-Oeste a taxa é 4,9% e na Região Norte, 7,6%. O Nordeste tem o maior percentual de analfabetos, 13,9%.

Entre os que têm 60 anos ou mais, as taxas são 9,5% na Região Sul; 9,7% no Sudeste; 16,6% no Centro-Oeste; 25,5% no Norte; e 37,2% no Nordeste.

A Região Nordeste foi a única a apresentar leve aumento da taxa de analfabetismo entre 2018 e 2019. Entre os mais jovens, a taxa praticamente se manteve, variando 0,03 ponto percentual. Entre os mais velhos, a variação foi de 0,33 ponto percentual.

Segundo o IBGE, a maior parte do total de analfabetos com 15 anos ou mais, 56,2% – o que corresponde a 6,2 milhões de pessoas – vive na Região Nordeste e 21,7%, o equivalente a 2,4 milhões de pessoas, no Sudeste.

Combate ao analfabetismo

O Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005, de 2014, estabelece o que deve ser feito para melhorar a educação no país até 2024, entre as metas do plano, está prevista a redução da taxa de analfabetismo no Brasil. Pela lei, em 2015 o Brasil deveria ter atingido a marca de 6,5% de analfabetos entre a população de 15 anos ou mais. Pelo PNE, em 2024 essa taxa deverá chegar a zero.

Texto: Agência Republicana de Comunicação – ARCO, com informações da Pnad e IBGE
Foto: Banco de Imagem ARCO

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