TPM: pesquisa aponta impulsionamento do empreendedorismo feminino durante a pandemia

Republicana ressalta desafios de empreender e ser bem-sucedida em meio à crise da Covid-19

Publicado em 1/3/2022 - 09:00

Não é segredo que quando falamos do mercado de trabalho e de empreendedorismo, as mulheres sempre ficaram em grandes desvantagens em relação ao sexo masculino. Com a chegada da pandemia em 2020 e com a alta do desemprego, muitas mulheres se viram obrigadas a sair de casa e se colocarem no mercado de trabalho e/ou empreender e na maioria de forma informal. Muitas delas começaram pela necessidade de aumentar a renda, alcançar a independência financeira ou como uma medida de combate ao desemprego.
Pesquisa aponta que 25% dos empreendimentos femininos ativos em 2021 se iniciaram na pandemia da Covid-19. O Brasil soma mais de 30 milhões de mulheres empreendedoras, segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor. Esse total corresponde a quase metade do mercado empreendedor (48,7%), e cresceu 40% só em 2020, conforme dados da Rede Mulher Empreendedora.
A republicana e secretária geral do Mulheres Republicanas Piauí, Larissa Maia, da cidade de Luís Correia, empresária e dona da “LC Doces e Sorvetes”, desde 2020, é um exemplo de mulheres que conseguiram empreender e se reinventar em meio à crise do coronavírus. “Sou advogada há cinco anos, mas tive que sair da minha zona de conforto e me vi no meio da pandemia passando por algumas dificuldades financeiras e, como uma mente pensante que sempre fui, decidi que era preciso uma renda extra para segurarmos as pontas”, ressalta Larissa.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os indicadores mostraram que as mulheres seguem em desvantagem em relação aos homens no mercado de trabalho. No segundo trimestre de 2019, a taxa de ocupação delas (46,2%) era inferior à do sexo masculino (64,8%). No mesmo período de 2020, houve redução para 39,7% no caso das mulheres e 58,1% para os homens.
Larissa conta que com um mês, a loja despontou e em menos de um ano, a republicana conseguiu abrir a loja física. “Não conseguimos mais ficar com a demanda somente no delivery. Apostamos em qualidade no sabor e apresentação perfeita”, destacou.
A empresária destaca que precisou fazer um estudo de campo para oferecer o que o público da região queria. “Partindo desse ponto, busquei a área que me identificava; a necessidade da minha região; o público-alvo que precisaria atingir e as parcerias que deveria estabelecer”, disse.
A republicana ressalta que desafios sempre aparecem, mas o importante é não desistir. “Claro que percalços sempre aparecem e irão aparecer e a maior dificuldade para mim dentro da minha realidade foi sair da informalidade. Sem muita informação, mas com a destreza de sempre, fui em busca da formalização. A parte burocrática está sempre tentando nos desestimular, a falta de incentivo ainda percebo que ainda é muito difícil para alguns empreendedores na minha região”, relata Larissa.
A pesquisa do Instituto Rede Mulher Empreendedora, ainda aponta que 7 em cada 10 empreendedoras relatam serem totalmente ou parcialmente independentes financeiramente. Mesmo com este cenário, as mulheres ainda têm dificuldades em conseguir acesso a empréstimos e financiamentos. O estudo indicou que 42% das empreendedoras brasileiras que solicitaram crédito tiveram seus pedidos negados.
A pandemia agravou a situação dos negócios femininos, à medida que 54% das empreendedoras constataram que a crise ocasionada pela Covid-19 limitou as possibilidades de crescimento de seus negócios.
Além do empreendedorismo “forçado”, mas na maioria das vezes com sucesso, pesquisas também apontaram um acúmulo de funções com mais essa funcionabilidade feminina dentro da pandemia. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), concluiu que das mulheres que seguiram trabalhando durante a pandemia com manutenção de salários, 41% afirmaram trabalhar mais na quarentena, e 40% afirmaram que a pandemia e a situação de isolamento social colocaram a sustentação da casa em risco. Alguma forma de violência sofrida no período de isolamento também foi relatada por 8,4% das mulheres. Elas afirmaram que acumularam mais carga de trabalho doméstico e cuidados com outras pessoas, como filhos e parentes.
De alguma forma essas mulheres se transformaram durante a pandemia da Covid-19 e se tornaram mulheres de sucesso, empreendedoras que foram atrás de oportunidades em meio à crise. Assim, elas sobreviveram, aprenderam, se reposicionaram e não desistiram.
Fonte: IBGE/ FIOCRUZ
Texto: Ascom Mulheres Republicanas
Foto: cedida
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