Renata Banhara aposta em campanha econômica na disputa eleitoral

A republicana abriu mão do staff para viver de perto a realidade da população paulista

Publicado em 29/10/2020 - 09:00

São Paulo (SP) – Renata Banhara é conhecida pela luta constante na ajuda a mulheres que sofreram algum tipo de violência doméstica. A republicana paulista apostou nesse ano nas eleições para conseguir ajudar mais e mais mulheres do estado. Candidata à vereança, ela abriu mão de alguns aparatos comumente usados por candidatos. Tudo isso para sentir de perto a realidade da população que tem muitas demandas e pendências.

“Vou panfletar sem staff e glamour, seguranças, carros, motoristas, equipes, assessores ou qualquer outra estrutura. Quero viver na carne a realidade das dificuldades da população e, assim, ouvi-los da melhor forma possível. Vale lembrar que vocês, paulistanos, têm a oportunidade histórica de eleger mulheres para a Câmara Municipal. Chega de vereadores pensando só no que geram receita para eles”, defende.

Acreditando que o lugar da mulher é, especialmente, na política para fazer a voz de todas prevalecer, Renata Banhara tem um histórico de vida difícil. Desde cedo testemunhou e presenciou crimes sendo cometidos contra mulheres. Com o objetivo de reverter esse quadro, ela criou o “Sentinela do Bem”, um projeto que acolhe e acalenta mulheres que vão em busca de ajuda após uma série de violência cometida contra elas.

Ela explica como o projeto funciona: “É uma ação voluntária que eu criei há mais de 2 anos, feita nas delegacias comuns e delegacias da mulher para acolher a vítima de violência doméstica que adentra as delegacias de modo geral com seu ente querido, que são seus filhos ou familiares. Acolhemos essa vítima e encaminhamos ela para casas de passagem ou casas por tempo indeterminado, essa ação é feita há mais de 2 anos e agora na pandemia nós tivemos um alcance muito grande e pudemos ajudar muitas mulheres”, disse.

Conheça mais a história de vida da republicana, que disputa à vereança de São Paulo:

Entrevista

Mulheres Republicanas – Como ingressou na política?

Renata Banhara – Estive casada por 10 anos, meu ex-marido não é famoso, nem o pai dos meus filhos, durante o meu casamento não tive dificuldades, porém tive um problema de saúde, uma bactéria no cérebro, e fiquei um ano e meio lutando pela vida.

Descobri que ele levava uma jovem para meu apartamento, minha cama, enquanto eu estava no hospital na UTI. Eu sem saber, fui comunicada pela minha caseira. Ao pedir para ele explicações, fui espancada, ele me incentivou a cometer o suicidio, me trancou. Graças a Deus, meu filho mais velho conseguiu nos tirar do apartamento, fomos para a delegacia da mulher, dali para a frente e até hoje, os danos só aumentaram. Fui buscar justiça em todas as esferas e descobri que ela inexiste, diante as dificuldades que vivi. Com isso, fui buscar soluções para que outras mulheres não passassem o mesmo, infelizmente todas vivem a mesma situação. Não existe apoio algum, não existe nenhuma justiça eficiente, para que a mulher seja protegida emocionalmente, fisicamente e financeiramente, e os filhos são os maiores afetados. O judiciário moroso, cego, transforma a vítima em réu. Dentro dessa falência histórica, fui buscar soluções na luta por todas.

Mulheres Republicanas – Qual seu objetivo como candidata?

Renata Banhara – O meu objetivo é a defesa da mulher, pois sei o que é ser mãe solo. Das dificuldades de creches e escolas, à mães e filhos que delas necessitam.

Quero atuar na educação, desde a alfabetização inicial, mas essa em tempo integral. Colocar cursos rápidos que motivem os adolescentes e que os otimizem no mercado de trabalho. Nessa mesma escola municipal, pode e deve ser criado também cursos rápidos para idosos que os coloque no mercado de trabalho, principalmente na área de tecnologia. Valorizar as pessoas da melhor idade.

Creches 24h, escolas estruturadas e não um depósito de seres humanos. Precisamos gerar interesse e a otimização da população.

Mulheres Republicanas – Por que escolheu o partido Republicanos?

Renata Banhara – Porque é um partido que tem uma retidão muito grande em valorizar a mulher.

Mulheres Republicanas – Qual o seu diferencial na política?

Renata Banhara – São as experiências e a bagagem que carrego.

Mulheres Republicanas –  Está há quanto tempo na política?

Renata Banhara – Eu nasci política, pois sempre me identifiquei às dificuldades. Desde os 4 anos de idade, eu via meu avô espancar minha avó, isso lá na roça em Tremembé (SP), de onde vim. Trabalhei como doméstica dos 9 aos 13 anos, que imaginei ser a minha única forma de sobrevivência.

Quero fazer parte da mudança, quero colaborar com o mínimo que seja, mas quero principalmente retribuir à vida as maravilhosas oportunidades que tive. Sou privilegiada pela bagagem que carrego, então usarei a minha imagem, a influência que tenho, a minha voz e a minha coragem para buscar ajuda, apoio, salvamento nem que seja para fazer a diferença para uma única pessoa.

Texto: Gabbriela Veras | Ascom Mulheres Republicanas Nacional
Foto: divulgação

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