Prêmio Maria Felipa tem 26 mulheres negras homenageadas

A iniciativa é da vereadora de Salvador, a republicana Ireuda Silva. Eliana Gonzaga, prefeita de Cachoeiras, também foi homenageada

Publicado em 27/7/2021 - 08:00

Salvador (BA) – Com alto índice de audiência e engajamento nas redes sociais, o Prêmio Maria Felipa 2021 ocorreu na noite do último domingo (25), Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional da Mulher Negra, por iniciativa da vereadora de Salvador, a republicana Ireuda Silva (Republicanos).  Devido à pandemia, a cerimônia ocorreu de forma online, o que não impediu que o público comparecesse em peso à transmissão feita pelas redes sociais da vereadora e pela TV Câmara.

O Prêmio, que leva o nome da mulher negra e pobre que contribuiu para a independência da Bahia, homenageou, neste ano, 26 mulheres negras de destaque em suas respectivas áreas e também na luta por direitos e contra o preconceito.

Ireuda destacou que o troféu é uma forma de resistência e valoriza todas as mulheres negras no geral, representadas por cada uma das premiadas.

“Estamos aqui para reforçar nossa resistência contra o apagamento histórico do qual nós, mulheres negras, temos sido vítimas ao longo da história. Tivemos muitos avanços nos últimos anos. Conquistamos espaços por meio de uma luta árdua, mas o que temos ainda é pouco para que possamos de fato falar em igualdade. Enquanto as mulheres negras, que constituem uma das parcelas mais discriminadas da sociedade, não tiverem um papel preponderante no desenvolvimento do Brasil, nossas mazelas e atrasos enquanto povo nunca serão superados”, disse Ireuda, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador.

A republicana e prefeita da cidade de Cachoeiras, na Bahia, Eliana Gonzaga, foi uma das homenageadas. Neste ano, Eliana anunciou que vem sofrendo ataques e violência política desde sua campanha eleitoral no último ano. Na época, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, por meio da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, a secretária nacional do Mulheres Republicanas, deputada Tia Ju (Republicanos/RJ), Secretaria da Mulher da Câmara Federal, entre outras autoridades local e nacional, esteve em uma comitiva até Cachoeiras, onde manifestaram apoio à prefeita contra todo e qualquer tipo de violência política.

“Com muito orgulho e alegria, recebi, neste 25 de julho, o Prêmio Maria Felipa 2021. Um momento de muita emoção que ficará gravado para sempre em minha memória. Mais uma vez, agradeço imensamente à vereadora Ireuda Silva e ao deputado Márcio Marinho (Republicanos/BA) por me indicarem para receber essa bela homenagem. Este prêmio que recebi não é apenas meu, mas de todas as mulheres negras cachoeiranas. Mulheres de coragem, de luta e de trabalho, que orgulham a nossa Cachoeira”, disse.

As homenageadas fizeram discursos emocionados ao receberem a premiação: a administradora e ativista Itaijara Souza; a cantora Lizandra Gonçalves; a comandante da Ronda Maria da Penha da PM, Major Tereza; a diretora da SPMJ Fernanda Cerqueira; a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga; a psicóloga Jeane Tavares; a dançarina Sara Verônica; a empresária Flávia Santana; a psicóloga Mafoane Odara; a baiana Gineide da Conceição; a presidente do CMDCA, Tatiane Paixão; a major da PM Érica Patrícia; a pesquisadora Bárbara Carine Soares Pinheiro; a advogada Dandara Pinho; a subcomandante da Guarda Municipal (SE) Jussimara Viana; a vereadora Cris Correia; a dermatologista Hadassa Barros; empresária Nay Megas; a titular da SPMJ Fernanda Lordelo; e as jornalistas Hamali Pestana (editora da Revista Raça), Tairine Ceuta, Lorena Alves, Luana Souza, Georgina Maynart, Débora Oliveira e Yasmin Santos.

Quem foi Maria Felipa?

Maria Felipa de Oliveira foi uma marisqueira e pescadora que viveu na Ilha de Itaparica. Assim como Joana Angélica e Maria Quitéria, ela lutou pela Independência da Bahia. Em 1823, liderou um grupo composto por mais de 200 pessoas, entre as quais estavam índios tupinambás e tapuias, além de outras mulheres negras, nas batalhas contra as tropas portuguesas que atacavam a Ilha. Conta-se que o grupo foi responsável pela queima de pelo menos 40 embarcações portuguesas.

Texto: Ascom Ireuda Silva
Edição: Ascom-Mulheres Republicanas
Foto: Fotos: Marcos Viana/Divulgação

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