#VemPraPolítica

Fábio Pablo é subcoordenador do PRB Juventude Bahia e cientista político

Publicado em 1/9/2014 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 18:58

Se você é jovem e for perguntado sobre o que pensa da política, provavelmente a sua resposta será algo como “Eu odeio política!”, “Política é coisa de gente desonesta”, “Política é muito chato”, “Eu quero é me divertir, política é coisa de velho”.

Apesar de haver algumas exceções, se você pensa assim você não está sozinho. Acredite!

Mas se a pergunta feita for sobre o que você pensa sobre a importância da participação social, do trabalho voluntário, da ação em comunidade, etc., provavelmente você dirá que isso é muito importante e talvez, até você mesmo faça parte de alguma ação desse tipo.

Pois bem, tenho o prazer de lhe informar que você gosta de política! Pois o que é participar senão um ato essencialmente político? Quando você participa de uma ação social, de uma decisão comunitária ou de qualquer decisão que envolva ou tenha consequências para os demais membros de sua família, rua, condomínio, bairro, cidade, país, você está agindo politicamente.

O grande problema é que a própria palavra “política“ perdeu, ao longo da história, o seu sentido original, e passou a representar uma série de características negativas que afastam as pessoas e principalmente a juventude da política. As notícias de corrupção, nepotismo, mau uso do dinheiro público, etc., que são veiculadas pela imprensa todos os dias, acabam encobrindo as boas ações políticas, e geram uma descrença na mesma como ferramenta capaz de modificar as condições de uma sociedade para melhor.

Mas eu sei que você ainda não se convenceu, ainda deve estar com aquele olhar desconfiado e pensando “eu já ouvi esse discurso de que política é importante, e coisa e tal… Essa história de que devemos ter consciência política não é novidade para mim…”.

Bem, novamente você não está sozinho, muitas pessoas pensam como você. Mas o que talvez você não saiba é que essa sua desconfiança não é com a política em si, mas com aqueles que usam o discurso da conscientização com um fim específico e espúrio, conquistar somente o seu voto. Digo “somente o seu voto” não no sentido de diminuí-lo, mas sim porque geralmente se associa a ideia de ter consciência política com a ação de votar, e só!

É aí que está o grande problema. A política só se torna essa coisa tão detestável para a maioria da população, e principalmente para os jovens, pois não é ensinado a eles que mais importante do que o voto, é a participação constante nas decisões políticas. É óbvio também que aqueles que propagam o discurso vazio da importância do voto, com a intenção de restringir a participação política somente a esta ação, nunca deixarão isso claro.

Não há como tornar a política interessante para o jovem se ele não é convidado a fazer parte do jogo. Ações isoladas, pontuais e individuais como o voto, não são atrativas para o jovem, principalmente para aqueles que estão na faixa de idade onde o voto é facultativo. Mas se o jovem é convocado a fazer parte de um PROJETO, ele se sentirá parte de algo maior e capaz de trazer resultados. Um exemplo claro disso foram as grandes manifestações que ocorreram em junho do ano passado e ao longo dos últimos meses, que arrastaram milhares e milhões de jovens às ruas.

O que moveu aquela juventude às ruas foi muito mais a satisfação de estar fazendo parte de um grupo e de estar agindo em coletividade do que uma repentina conscientização política.

Então é nesse sentido que entendemos que além do voto, a participação política deve se fazer presente em todos os momentos e espaços possíveis, principalmente por aqueles que possuem a maior capacidade de trazer mudanças à sociedade: os jovens. O PRB Juventude Bahia acredita que mais importante do que o convite #vempraurna ou vem #vemprarua é o #vemprapolítica, para que as ações não sejam apenas pontuais, mas sim parte de algo maior, duradouro e que traga mudanças reais de fato.

*Fabio Pablo é Subcoordenador do PRB Juventude Bahia, Professor e Cientista Político

 

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