Marcos Pereira comenta avanço de Russomanno em entrevista ao R7

Coordenador-geral da campanha comenta denúncias infundadas sobre o candidato republicano

Publicado em 15/8/2012 - 15:58 Atualizado em 8/6/2020 - 19:41

São Paulo (SP) – “Para mim, uma certeza”. É assim que o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, comenta o avanço de Celso Russomanno, candidato de seu partido à Prefeitura de São Paulo, nas últimas pesquisas eleitoras. Com a mesma confiança, o advogado fala sobre a trajetória do candidato, alvo recente de acusações na imprensa.

No intervalo entre duas reuniões, Pereira recebeu o R7 para uma entrevista exclusiva na casa onde funciona o escritório da campanha, da qual é o coordenador-geral. Com fala pausada e tom de voz baixo, ele avaliou o que seria o segundo turno ideal caso Russomanno passe da primeira fase das eleições.

— Para mim, o ideal seria ir contra o Serra. Primeiro porque a rejeição dele é grande. Segundo, porque eu acredito que o PMDB e o PT viriam conosco.

Líder do partido desde maio do ano passado e autor do convite que tirou Russomanno do PP, Pereira falou sobre os próximos passos da campanha, o tempo curto que a legenda tem para a propaganda na TV e sobre o julgamento do mensalão. Ainda sem perder a tranquilidade, o advogado comentou as denúncias contra Russomanno e fez um alerta.

— Se baterem na gente de forma inverídica […] nós vamos ter de nos defender. E a melhor defesa é o ataque.

 

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

R7 — Na última pesquisa Ibope, Russomanno aparece tecnicamente empatado com o tucano Serra. Vocês esperavam esse avanço neste momento da campanha?

Pereira —Olha, eu resumi isso na seguinte frase: para muitos uma surpresa, para mim, uma certeza. Eu já esperava esse crescimento porque o Celso é uma pessoa muito querida.

R7 – Muitas vezes, ele é tratado como uma celebridade nas ruas, por causa dos programas que apresentou na TV. Isso é positivo ou negativo?

Pereira –É positivo, porque ele já é conhecido, não precisa se apresentar. O que nós vamos fazer agora, quando começar o horário eleitoral, é apresentar ele também como uma pessoa que tem capacidade para administrar, para gerir.

R7 – O tempo de propaganda na TV do Russomanno é bem inferior ao de seus principais adversários. Como vocês pretendem superar isso?

Pereira –Não é uma preocupação, porque temos, historicamente, candidaturas que ganharam eleição tendo tempo menor. Vamos trabalhar nos bairros, com as militâncias, para suprir o menor tempo na televisão.

R7 – Há alguma aliança prevista para uma eventual segundo turno?

Pereira —Não, ainda não temos.

R7 – A reunião que o senhor teve com Serra e com o prefeito Gilberto Kassab foi muito comentada. O que, de fato, foi tratado naquele encontro?

Pereira —O Kassab é meu amigo pessoal há muito tempo e ele queria fazer uma aproximação nossa com o Serra, desde maio. Conversamos de muitas coisas e eu disse para eles que nós não teríamos — e gostaríamos que eles também não tivessem — a intenção de bater em ninguém na eleição. Ele me confidenciou que preferiria ir para o segundo turno contra o Celso, porque acha que o debate seria mais republicano.

R7 – Mas o nome do Russomanno já foi envolvido em supostas denúncias…

Pereira —Acho que é uma tentativa de alguém, que nós ainda não identificamos quem, de tentar desestabilizar a campanha. Mas já foi provado pelos documentos que o relatório ao qual o jornal que trouxe esta denúncia se refere, nem cita o nome do Celso. Ele está muito tranquilo com a vida dele.

R7 – Vocês vão se reunir com outros partidos de oposição também?

Pereira —Sim, eu acho que é importante. Vamos entregar essa documentação, aí ninguém pode dizer que não sabia que o nome dele sequer foi citado no relatório da Polícia Federal.

R7 – Já tem uma data para essas reuniões acontecerem?

Pereira —Vou discutir isso com Celso. Acho que podemos fazer semana que vem [esta semana].

R7 — A campanha do Serra tem uma previsão de gasto de quase R$ 100 milhões e a do Russomanno, de 30 milhões. Por que esta diferença? Vocês podem ser prejudicados?

Pereira —Eu acho que não. Quando você tem uma rejeição muito alta, você tem que gastar mais para desmistificar essa questão. Por outro lado, um dos maiores custos na campanha é com a produtora. Como nosso tempo é menor, consequentemente vamos gastar menos. Além disso, os programas serão gravados a preço de custo porque o Celso é sócio da produtora.

R7 – Como vocês veem o fato de o Russomanno ser tratado, algumas vezes, como candidato da igreja?

Pereira —Não existe essa história de religião, que vai fazer uma coisa, vai fazer outra. O partido é um partido político, que está aí para fazer política. O PRB tem 780 vereadores, eleitos em 2008. Sabe quantos são evangélicos? Setenta só, menos de 10%. E desses, 55 são da Igreja Universal.

R7 – O que seria um segundo turno ideal para vocês nestas eleições?

Pereira —Para mim, o ideal seria ir contra o Serra. Primeiro porque a rejeição dele é grande. Segundo, porque eu acredito que o PMDB e o PT viriam conosco. Nós somos todos partidos da base aliada do governo Dilma.

R7 – Para o senhor, quanto o julgamento do mensalão pode refletir nas eleições municipais?

Pereira —Eu acho que vai atrapalhar um pouco, mas não muito. Eu tenho a impressão de que vão ter poucas condenações. Agora, vai depender obviamente de como os adversários do PT vão explorar isso.

R7 — Vocês pretendem usar isso em algum momento?

Pereira —Não. Acho que a população quer discutir os problemas da cidade: o farol que não acende, a enchente, o buraco que não é tampado. Isso é o que tem interesse para quem mora na cidade.

Agora, obviamente, que se baterem na gente de forma inverídica, que é o que aconteceu na semana passada, nós vamos ter que nos defender. E a melhor defesa é o ataque. Temos várias denúncias.

Fonte: R7

Foto: Douglas Gomes

 

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