Encontro foi mediado pelo deputado Laffayette de Andrada
Publicado em 13/8/2025 - 17:13
Atualizado em 18/8/2025 - 10:58

Brasília (DF) – A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (13) audiência pública para discutir as medidas do governo brasileiro diante do “tarifaço” de até 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos de exportação do Brasil. O encontro, solicitado pelo presidente do colegiado, deputado federal Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), e reuniu parlamentares e representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres, afirmou que o governo está trabalhando junto ao setor empresarial para ampliar a lista de produtos que ficarão isentos da nova tarifa e, ao mesmo tempo, acelerar a diversificação dos destinos de exportação. “Estamos em diálogo constante para reduzir os impactos e identificar novos mercados. Há negociações comerciais e sanitárias em andamento com países como Vietnã e Turquia, e tratativas para reabrir o mercado de pescado na União Europeia e no Reino Unido”, destacou.
Impacto e estratégias de reação
O “tarifaço” anunciado pelos EUA em 30 de julho acrescenta 40% de taxação sobre determinados produtos brasileiros, além de uma tarifa extra de 10% já aplicada desde abril. A medida preocupa empresários e parlamentares, que veem riscos para empregos, inflação e desempenho econômico.
Segundo Tatiana, uma das saídas é fortalecer o comércio baseado em regras multilaterais, citando acordos já fechados pelo Mercosul com Singapura, União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio. Ela também mencionou a viagem do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ao México, prevista para o final do mês, com uma delegação empresarial focada em buscar oportunidades para produtos que poderão perder competitividade no mercado norte-americano.
Apoio parlamentar e cautela diplomática
Ao final da reunião, Lafayette de Andrada defendeu a importância de manter um bom relacionamento comercial com os Estados Unidos. “Olhamos com preocupação o que vem acontecendo. É fundamental que, paralelamente às negociações comerciais, o governo adote posições menos agressivas do ponto de vista diplomático. Isso preserva as relações históricas e evita impactos negativos sobre empregos, inflação e a economia como um todo”, afirmou.
O parlamentar reforçou que a Comissão de Desenvolvimento Econômico é parceira do MDIC e está disposta a colaborar para restabelecer a racionalidade e as relações harmônicas com os EUA. “A nossa preocupação é com a empregabilidade, com os postos de trabalho do Brasil, com os índices econômicos, com a inflação, com todas as consequências que o povo brasileiro irá sofrer diante dessa situação inteiramente atípica que estamos vivenciado. Estaremos colaborando para o que for necessário para reativar as boas relações com os EUA”, finalizou.
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Texto: Com informações da Agência Câmara de Notícias
Fotos: Renato Araújo/Câmara dos Deputados






