Para o republicano, o problema abrange também o âmbito da segurança pública
Publicado em 28/8/2015 - 00:00
Curitiba (PR) – O presidente da Frente Parlamentar Contra o Crack e outras Drogas da Câmara Municipal de Curitiba, vereador Valdemir Soares (PRB-PR), solicitou maior participação da Polícia Militar (PM) e Ministério Público (MP), nas discussões da Casa, especialmente, nos assuntos que norteiam sobre a liberação de bebidas alcoólicas dentro dos estádios da capital.
“Podemos mudar o voto da Casa e ampliar a proibição dentro e fora dos estádios, mas é importante a participação da PM e do MP, que são instituições extremamente eficientes e têm informações relevantes para o debate”, declarou Valdemir. Para ele, o problema abrange também o âmbito da segurança pública. “Sei da capacidade da polícia, porém, não temos estrutura para conter os excessos e temos que lutar para melhorar a segurança pública do nosso país”, acrescentou o parlamentar.
O major, Alex Breunig, subcomandante do 12º Batalhão da PM, que comandou o policiamento externo nos jogos da Copa do Mundo na capital, acompanhou a discussão e registrou o posicionamento contrário à liberação. Ele destacou que não procede a informação contida na justificativa do projeto de lei, de que não houve nenhum problema relacionado à venda de bebidas alcoólicas durante a Copa do Mundo em Curitiba. “Ocorrências na Arena e no entorno, foram 172 e o policiamento não serve como parâmetro, porque era um público totalmente diferente”, disse o major. “Tivemos problemas de arremessos de copos de cerveja, tanto no campo quanto na arquibancada, invasão do banheiro feminino por pessoas alcoolizadas, pessoas urinando nos postes e áreas públicas. No ultimo jogo, já tínhamos 140 policiais internos, tive que determinar que 104 que estavam na área externa, fossem direcionados para o interior do campo por causa de problemas”, acrescentou. “Entendemos, portanto, que teremos sérios problemas”, finalizou.
A promotora de Justiça, Cristina Corso Ruaro, também se pronunciou durante a sessão e destacou que em 2008, o Ministério Público Brasileiro, estabeleceu em vários Estados, termos de ajustamento de condutas, com os clubes de futebol – que foi celebrado também em Curitiba – de que não seria vendida bebida alcoólica no interior dos estádios, a pedido da CBF e assinado pela Federal Paranaense de Futebol. “Dados apontavam que a proibição da venda de bebidas alcoólicas influenciaria na diminuição da violência nos estádios e esse termo foi celebrado com as normas de segurança da FIFA”, explicou Cristina.
Ela ressaltou a instalação do Juizado do Torcedor – uma parceria do Tribunal de Justiça (TJ), Ministério Público (MP) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – para atender as ocorrências em jogos de futebol com alto risco de violência. “Constatamos que com a proibição da venda de bebidas alcoólicas, esse número nos jogos normais, diminui , contudo na Copa todas as ocorrências que foram encaminhadas ao Juizado, eram de crimes praticados por torcedores dentro do estádio motivados pelo uso de bebidas alcoólicas”, disse a promotora. “Haviam torcedores que não tinham condições, nem de se manifestar tamanho o estado alcoólico deles”, completou.
Ela justificou a presença do Ministério Público na Câmara “em favor da coletividade e não pelo interesse individual de quem se considera livre e impune da influência da bebida alcoólica”. “Beber bebida alcoólica em camarote vip e dizer que isso não influência na violência está longe da realidade da maioria da população, especialmente da coletividade, Grupos unidos somando bebida alcoólica gera violência dentro e fora dos estádios“, concluiu.
Fonte e foto: Ascom / Vereador Valdemir Soares
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