Salvador: especialistas debatem automutilação em crianças e adolescentes

Audiência pública foi convocada pelo vereador Luiz Carlos de Souza (PRB) e chamou a atenção para um problema que tem crescido na cidade

Publicado em 3/8/2019 - 00:00 Atualizado em 29/6/2020 - 17:38

Salvador (BA) – Hebiatras, psicopedagogos, conselheiros tutelares e outros especialistas se reuniram na noite de quinta-feira (1º), no auditório do Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador, para debater a automutilação em crianças e adolescentes. A audiência pública foi convocada pelo vereador Luiz Carlos de Souza (PRB) e chamou a atenção para um problema que tem crescido cada vez mais entre as crianças e jovens.

O republicano lembrou que tramita na Casa Legislativa um projeto de lei de sua autoria que sugere a realização de palestras sobre o tema nas escolas municipais, para conscientizar os estudantes. “É um problema que vem afligindo a nossa juventude. Precisamos descortinar isso. O meu projeto visa oportunizar a prefeitura a fazer convênios com instituições que lidam com esse problema e que, às vezes, querem adentrar às escolas para auxiliar os estudantes, pais e professores, mas não conseguem porque não há instrumento legal para isso”, explicou Luiz Carlos.

Já a hebiatra e presidente do Departamento de Adolescência da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), Sandra Plessim, afirmou que os transtornos de comportamento dos jovens, como a automutilação, se tornaram um problema de saúde pública.

“Os estudos mostram que entre os jovens de 13 a 14 anos, de 4% até 45,6% vão estar praticando essas autolesões, sem ideação suicida. Na maior parte das vezes eles usam objetos pontiagudos e cortantes, com facas, agulhas, giletes e lâminas de barbear”, revelou Plessim. Para a especialista, nem toda criança ou jovem que se automutila tem depressão ou quer se suicidar. Por isso, ela defende a necessidade de encaminhamento para especialistas, com o intuito de identificar de onde vem essa vontade de se autolesionar e tratar o problema. Na plateia, jovens relataram suas histórias com a automutilação e como conseguiram superá-la.

Também participaram a mesa do debate o deputado estadual Jurailton Santos (PRB-BA), criador do movimento “Basta” de combate à automutilação e suicídio; a vereadora licenciada e titular da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Rogéria Santos (PRB); o pastor Túlio Lopes, responsável pela Força Jovem Universal; a delegada Ana Crícia , titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crime contra Criança (Derca); a assistente social Suzana Esteves, da Fundação Cidade Mãe; a conselheira tutelar Vânia Felzemborgue; a psicopedagoga Meire Jane Queirós; a representante do Centro de Atenção Psicosocial (CAPS II), Katarina Lobo, além de Jamile Dias, representante da Secretaria Municipal da Educação (SMED).

Texto e foto: Ascom – vereador Luiz Carlos

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