No Amazonas, lei obriga rede de saúde a oferecer ala separada para gestantes com óbito fetal

Proposta é de autoria da deputada estadual Dra. Mayara

Publicado em 15/7/2024 - 15:31

Manaus (AM) – O governo do Amazonas sancionou a Lei nº 6.918/2024, que obriga as redes pública e privada a oferecer leito ou ala separada para gestantes com óbito fetal. A proposta é de autoria da deputada estadual Dra. Mayara Pinheiro (Republicanos-AM).

A lei também vai ser aplicada às mães que aguardam atendimento médico para a retirada do feto e garante a presença de um acompanhante durante todo o período de internação.

Para a parlamentar, a aplicação da lei significa mais acolhimento e respeito à mulher e um momento de fragilidade e dor. “A gestação gera muitas expectativas para a gestante e quando ela se depara com a morte do seu bebê, ainda no ventre, precisa de um lugar adequado, separado das outras mães que estão com seus filhos, para que possa assimilar melhor o acontecido e viver o luto”, justificou.

Um exemplo disso é a dona de casa Cleide Magalhães, que viveu essa experiência quando seu filho morreu antes de nascer. Para ela, a aplicação da lei é importante para que a mãe consiga lidar melhor com a dor da perda. “Para mim, a pior parte foi estar na enfermaria e ver outras mãezinhas cuidando dos seus filhos e eu não tinha o meu, e quando alguém perguntava sobre o bebê e eu contava que ele não tinha sobrevivido era muito difícil. Cada vez que eu voltava a essa história, a dor aumentava. Essa lei veio em um momento bom e a separação vai ajudar as mães a lidar com essa dor”, explicou.

Já a recepcionista Sarah Souza recebeu o diagnóstico de óbito fetal e reconheceu a importância do apoio e acolhimento adequados nesse momento. “Na hora que você perde um bebê, que recebe a notícia, o chão abre e você cai dentro de um buraco. Separar essa mãe das outras que estão com seus bebês faz toda a diferença. Eu não vi o rostinho da minha filha, não a vi, não senti seu cheiro. Entrei em depressão, sim, e acredito que o tratamento humanizado, dado a partir de agora, vai ser muito importante para essas mães”, finalizou.

Texto: Ascom – deputada estadual Dra. Mayara
Foto: cedida

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