Leny Silva defende ambiente de respeito e apoio mútuo para a inserção da mulher na política

A secretária revelou os desafios enfrentados para promover a inclusão e liderança das mulheres no Pará

Publicado em 25/7/2024 - 18:15

Belém (PA) – Nesta entrevista exclusiva, Leny Silva, secretária estadual do Mulheres Republicanas Pará, compartilhou sua visão sobre a participação feminina na política, os desafios enfrentados e as iniciativas do movimento para promover a inclusão e liderança das mulheres. Leny, que tem uma trajetória inspiradora desde sua infância na periferia do Recife (PE), destacou a importância de capacitar e acolher as mulheres para que se sintam seguras e capazes de seguir na política. “Ajudar é: primeiro acolher e capacitar a mulher, para que ela possa estar segura de seguir com sucesso na política”, afirmou Leny.

Confira a entrevista na íntegra.

Quais são as principais barreiras que as mulheres enfrentam ao tentar entrar na política e como o movimento está ajudando a superá-las?
Leny Silva – Creio que a maior barreira é quando ela mesma não se acha capaz de estar na política. Por outro lado, também a forma como alguns homens olham para nós, mulheres, achando que não somos capazes e não apoiam a participação feminina. Isso acaba fazendo com que haja uma disputa de quem é o melhor, onde todos saem perdendo. Ajudar é: primeiro acolher e capacitar a mulher, para que ela possa estar segura de seguir com sucesso na política e criar um ambiente em que seja possível uma convivência, onde se respeite a opinião e o ponto de vista de cada um.

Como sua trajetória pessoal influenciou sua decisão de se envolver com o Mulheres Republicanas?
LS – Nasci na periferia do Recife (PE) e cresci em um bairro com muitas vulnerabilidades sociais. Por meio do apoio de uma instituição cristã, aprendi o ensino da fé, do valor da família e que uma mulher pode ser forte sem deixar de ser feminina. Conheci jovens que saíram das drogas através de trabalhos sociais com esporte e cultura nessa mesma instituição. Eu vi mães que iam nesse mesmo local pedir ajuda pelas mais diversas causas, mas a principal eram: problemas com o marido e os filhos. Entendi que um lar desestruturado é a razão de muitos problemas na nossa sociedade e que a mulher tem um papel fundamental em tudo isso. Ao conhecer a política e perceber que, através dela, poderia ajudar mais mulheres e crianças, aliei o aprendizado da minha fé com o conhecimento político e, hoje, ajudo mais mulheres que têm suas causas a não terem medo de estar na política, pois, além de serem capazes, elas são essenciais para as decisões de políticas públicas voltadas para o universo feminino e da criança.

Quais iniciativas de destaque o Mulheres Republicanas implementou recentemente no Pará?
LS – Estar perto – ainda que esteja longe –, encontros e bate-papos virtuais, com link para todo o estado, têm nos ajudado a aproximar e ouvir essas mulheres. Conhecer e ouvir tem sido o primeiro passo para depois levar capacitações e, quando possível, visitar pessoalmente.

Como você enxerga a evolução da participação feminina na política?
LS – Ainda falta muito e ainda existem muitas mulheres que acham que política é coisa para homens. Não entenderam que, se ela não estiver envolvida com poder de decidir sobre as questões do seu cotidiano, vai ficar só reclamando e não haverá verdadeira mudança. Mas, com tudo isso, já vejo, sim, algumas mulheres mais corajosas e com uma força incrível de lutar por seus direitos, por sua família e pelo Brasil.

Qual é a importância da representação feminina em cargos de liderança e decisão?
LS – O olhar cuidadoso da mulher sobre as questões da sociedade. É preciso entender uma situação para falar sobre ela, mas é preciso vivenciar uma situação para podermos tomar decisões sobre ela.

Quais são os principais nomes no Pará para as Eleições 2024?
LS – A vice-prefeita Rafaela Rosa, que vem concorrendo como pré-candidata a vereadora em Marituba; a vice-prefeita Cleide do Salão, em Rio Maria, que vem concorrendo como pré-candidata a prefeita; a vereadora Geisi Fênix, que vem para reeleição em Ananindeua. E mais 15 vereadoras que vieram na janela partidária, todas com o desejo de disputar a reeleição pelo Republicanos, são elas: Adriana Gomes da Silva; Aldeinede Firmo de Almeida; Alexandra da Cruz Santos; Cleonice Brito da Silva; Elissoneth Cardoso da Silva; Geisiane Chagas Ataide; Jocele Bruna Andrade Peregrini Martins; Josely Alves Correia Siqueira; Lindinalva Nascimento Carvalho; Marta Monteiro Godinho; Nailma Silva; Neila Maria das Mercês Pereira; Pedra Ferreira dos Santos; Rafaela Cristiane Mafra Santa Rosa; Roberta Cristiany Alfaia Araújo; Suzely Oliveira Reis Oliveira; Tereza Cristina Pinheiro Lima; Iracilda Alves dos Santos; bem como a vice-prefeita Rosicleide Matos da Silva.

Quais são as metas do Mulheres Republicanas Pará até o final do ano?
LS – Eleger pelo menos o dobro da eleição passada, que foram 7 vereadoras, 2 vice-prefeitas e 1 prefeita.

Algum evento que gostaria de destacar?
LS – O Encontro Nacional do Mulheres Republicanas no ano passado, foram 3 dias de imersão na política para mulheres. Foram dias de muito aprendizado e troca de experiências.

Quais são os maiores desafios em seu estado?
LS – Sem dúvida a distância entre os municípios, que, muitas vezes, só é possível chegar via fluvial; mas, também, pouca segurança. O crime de violação às crianças e às mulheres, além do fato da energia elétrica ser uma das mais caras do nosso país.

Qual mensagem gostaria de deixar para as mulheres que queiram participar da política?
LS – Que elas não tenham medo de participar de um movimento político tão estruturado e humanizado como o movimento Mulheres Republicanas. Eu, um dia, também não gostava de nada relacionado à política, mas quando fui apresentada a um trabalho sério e coerente como o nosso, aprendi a gostar e fazer minha parte como cidadã conservadora, mas não extremista.

Quantas executivas municipais do movimento Mulheres Republicanas existem hoje no estado?
LS – Por enquanto, são 31 secretárias municipais no Pará.

Quantas pré-candidatas para as eleições de 2024 em todo o estado?
LS – Mais de 400 até o momento.

Por Ascom Mulheres Republicanas Nacional
Fotos: Arquivo

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