Endometriose: republicanas debatem diagnóstico, prevenção e tratamento da doença

Mais de 10 milhões de mulheres sofrem com a doença no Brasil

Publicado em 9/4/2025 - 13:32 Atualizado em 11/4/2025 - 11:52

Brasília (DF) – A endometriose, doença inflamatória que afeta cerca de 176 milhões de pessoas no mundo, foi tema central de uma audiência pública conjunta promovida pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) e pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal. O encontro, realizado, na segunda-feira (7), em alusão ao Dia Mundial da Saúde, reuniu especialistas da área médica, representantes de instituições e pacientes, destacando os desafios enfrentados por brasileiras quanto ao diagnóstico e tratamento da doença. A audiência foi requerida e presidida pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), presidente da CDH e secretária nacional do Mulheres Republicanas.

A endometriose ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio — que reveste o útero — cresce fora dele, atingindo lovários e a cavidade abdominal, por exemplo. A doença é silenciosa e pode levar anos até ser diagnosticada. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Endometriose, mais de 60% das mulheres não sabem que cólicas menstruais fortes podem ser sintomas da condição, o que dificulta o tratamento precoce.

A audiência foi marcada por relatos e um chamado à criação de políticas públicas de acolhimento, além da necessidade de campanhas de informação em escolas e comunidades. Damares informou que é relatora do projeto de lei que institui diretrizes básicas para o atendimento às mulheres com endometriose (PL 1.069/2023), que está em análise na CDH.

A republicana cobrou políticas públicas e campanhas de informação em escolas para a conscientização sobre a doença. Ela argumentou que, se uma adolescente tiver acesso a informações corretas na escola, certamente sofrerá menos. “Só quem já passou por isso ou conhece alguém que tem a doença sabe a dor e o sofrimento dessa mulher”, afirmou Damares. “São milhões de brasileiras de todas as idades e classes sociais que precisam ser melhor acolhidas. Muitas são hostilizadas, chamadas de ‘mimizentas’, ‘manhosas’, ‘mentirosas’. Perdem o emprego, a família, o casamento. É preciso agir”, acrescentou a senadora do Republicanos.

A advogada Cristiane Britto, ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e secretária-geral executiva do Mulheres Republicanas, também esteve presente no debate e informou que mais de 10 milhões de mulheres sofrem com endometriose no Brasil. De acordo com a republicana, o SUS tem muita dificuldade em atender mulheres com a doença. Ela pediu que o poder público invista em campanhas de conscientização e declarou que o SUS precisa “chegar a tempo a essas mulheres”.

Britto ainda elogiou o Senado pela promoção de uma audiência pública sobre o assunto, e contou que teve endometriose e enfrentou muita dificuldade com o diagnóstico. Segundo Cristiane, alguns médicos consideraram que o caso dela era meramente de caráter psicológico ou que ela tinha câncer, e que ainda houve médicos que recomendaram a retirada do útero.

“Quanto mais tardio o diagnóstico, menor a chance de ser mãe. Só depois de 19 anos de casada é que eu realizei meu sonho [de ser mãe], por milagre. Muitas mulheres não têm essa graça que eu tive. Muitas mulheres não têm, sequer, um medicamento adequado para aliviar a dor”, acrescentou a republicana, que completou: “Esse tema é uma das minhas principais bandeiras de vida: os desafios enfrentados pela mulher com endometriose”.

Por Ascom – Mulheres Republicanas Nacional
Foto: Agência Senado

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