Débora do Autismo: as metas e desafios da pré-candidata de Santo André (SP)

Caso eleita, Débora promete trabalhar pela inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência e autismo

Publicado em 29/7/2024 - 17:47

Santo André (SP)  – Em uma cidade cujos avanços em acessibilidade e inclusão são necessários, a pré-candidata a vereadora, Débora do Autismo (Republicanos), surge com uma voz poderosa e autêntica. Sua trajetória pessoal, marcada por desafios e conquistas, a motiva a transformar a realidade de pessoas com deficiência, e autistas, em Santo André. “Meu sonho é fazer de Santo André a cidade mais inclusiva do Brasil e fazê-la um modelo para o país”, afirma a republicana, destacando suas metas fundamentais.

Débora do Autismo não é apenas uma cidadã atuante em causas sociais, mas também uma pessoa autista, esposa de autista e mãe de dois filhos autistas. Sua experiência pessoal é um reflexo das dificuldades enfrentadas diariamente por famílias que convivem com o desenvolvimento atípico. O que me motivou [à pré-candidatura] foi justamente a falta de acessibilidade, descaso e nenhuma inclusão. Meus filhos sofrem com a falta de acessibilidade. Meu marido teve uma piora no espectro depois da pandemia. Perdemos tudo que tínhamos. Meu marido não consegue arrumar emprego. Meus filhos entraram em depressão”, revela Débora.

“Eu fiquei 12 anos no Direito. Não conseguia progredir porque não tinha acessibilidade. Eu só me formei depois de ser incluída em um projeto da Faculdade de Psicologia (da mesma instituição). Saí arrasada da faculdade”, complementa a pré-candidata, ao compartilhar suas dificuldades durante a vida acadêmica. Sua formação e experiências, a levaram a aprofundar-se em psicologia e neurociência em uma universidade federal, onde, atualmente, também enfrenta problemas de acessibilidade.

Caso eleita, Débora promete trabalhar, incansavelmente, por quatro principais bandeiras: a inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência e autismo; melhorias na saúde; avanços na educação; e promoção do empreendedorismo.

Os desafios das mulheres na política

Débora acredita que as mulheres enfrentam desafios significativos na política, sendo constantemente colocadas à prova. “A mulher é mãe, é dona de casa, trabalhadora. Ela precisa ter mais liberdade e paz para poder desenvolver o potencial que tem”, destaca a republicana, ressaltando a necessidade de maior respeito e reconhecimento às mulheres: “A mulher tem a mesma trajetória de uma pessoa com deficiência, pois tem todos os entraves e, nos dias de hoje, nem mulher consegue ser mais, pois ‘virou’ pessoa com útero”.

A pré-candidata deixa uma mensagem poderosa às mulheres republicanas e todas aquelas que desejam fazer a diferença: Convidar para a festa é fácil. Quero ver tirar para dançar. A analogia não é minha, mas explica bem essa coisa de dar acessibilidade (convidar para a festa), e ter o palco, respeito, ser ouvida, escutada (tirar para dançar). E eu quero ajudar a mulher PCD [Pessoa com Deficiência] a tomar partido, também, nos seus espaços. Nada pode ser sem a gente”, conclui.

A situação do autismo no Brasil

O autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo, informa a Organização Mundial de Saúde (OMS). A falta de acessibilidade, diagnósticos precoces e políticas inclusivas são algumas das barreiras que dificultam a vida dessas pessoas e de suas famílias.

No Brasil, existe uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, conhecida como Lei Berenice Piana, criada em 2012, que garante aos autistas o diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além do acesso à educação, proteção social e trabalho.

Além disso, a política nacional considera o autista uma pessoa com deficiência para todos os efeitos legais. Em 2020, outra legislação, a Lei Romeo Mion, criou a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), que pode ser emitida, gratuitamente, por estados e municípios.

A Ciptea é uma resposta à impossibilidade de identificar o autismo visualmente, facilitando, ao autista, o acesso a atendimentos prioritários e a serviços a que tem direito, como estacionar em uma vaga para pessoas com deficiência.

A pessoa com TEA tem direito a receber um salário-mínimo (R$ 1.412,00) por mês, por meio do Benefício de Prestação Continuada (BPC), caso seja incapaz de se manter sozinha e a renda per capita da família for inferior a um quarto do salário-mínimo, ou seja, R$ 353,00.

Por Ascom Mulheres Republicanas Nacional

 

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