A mulher e o combate à desigualdade de gênero e raça

Artigo escrito por Tia Ju, deputada estadual pelo PRB Rio de Janeiro

Publicado em 6/3/2017 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 13:52

O mercado de trabalho está marcado pela persistente desigualdade de gênero e raça. A diferença de salário entre mulheres e homens na mesma posição existe e é provada por meio de pesquisas e essa desigualdade fica ainda mais evidente quando estamos falando de mulheres negras. Mulheres brancas têm seus salários defasados em 30%, enquanto as mulheres afrodescendentes ganham 80% menos que os homens brancos.

Segundo pesquisa do IBGE, apesar das mulheres serem maioria no mercado, seus salários continuam muito inferiores aos dos homens. Essa mesma pesquisa aponta para o aumento de mulheres chefiando a casa. O instituto confirmou que mais de 30% dos lares têm mulheres como responsáveis pela renda, e mesmo assim, os salários entre gêneros ainda é uma questão sem solução.

Outro problema latente é o preconceito que a mulher sofre no dia a dia de trabalho. Além de constantes assédios sexuais, existem os assédios morais. Um bom exemplo é a clássica pergunta nas entrevistas de trabalho: “você pretende engravidar em curto prazo?”. A gravidez é uma questão feminina e não deve ser levada em consideração como requisito para preencher uma vaga. Gravidez não qualifica ou desqualifica um profissional.

Além das questões relativas às remunerações injustas, a jornada de trabalho também é um problema. Segundo pesquisa da ONU, as mulheres trabalham duas vezes mais que os homens, porque até hoje as tarefas domésticas e cuidados com os filhos ainda são responsabilidade só da mulher.

Dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Temos avanços para comemorar, mas temos muito mais assuntos para debater. Quanto mais falarmos e nos unirmos, vamos quebrando os tabus, os preconceitos e o sistema que exclui as mulheres, negros e pobres. Cabe a nós levantarmos a bandeira da igualdade de gênero todos os dias para ocuparmos cada vez mais espaços que eram exclusivos dos homens.

*Tia Ju é deputada estadual pelo PRB Rio de Janeiro

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