TPM: O sorriso da esperança

No Outubro Rosa, movimento irá trazer casos de mulheres que venceram a doença

Publicado em 13/10/2020 - 07:40

Brasília (DF) – Indo contra uma série de crenças, o caso de Olivia Machado, de 27 anos, vem para reiterar a necessidade de fazer o autoexame e o check up anual contra o câncer de mama. Jovem, sem histórico familiar e com estilo de vida saudável, ela descobriu a doença de forma despretensiosa. Porém, mesmo sabendo que o câncer de mama era uma realidade que devia enfrentar, ela não perdeu as esperanças e nem o sorriso no rosto. Olivia escolheu passar pela experiência da melhor maneira possível.

“Muita gente recebe o diagnóstico e acha que vai morrer, mas o meu pensamento nunca foi esse. O meu era carcinoma não invasivo. Então, a minha esperança ficou nesse ‘não invasivo’. Mas o meu médico foi muito direto e falou que era câncer e me deu um suporte. Para mim ia ser uma barra, mas era algo que eu tinha que passar e eu escolhi passar da melhor forma possível”, explicou a jovem.

Ela conta, ainda, que encontrou uma série de burocracia no processo dos exames, mas quem tem câncer, tem pressa e ela sabia disso. “Graças a Deus, tenho plano de saúde e uma vida confortável e sou uma pessoa esclarecida. Ao longo do processo, foram muitos problemas. Eles me disseram que seria mais de um mês para sair o resultado da biópsia e eu não aceitei isso e corri atrás. Vários exames eles me davam dois meses para sair o resultado sendo que para a mastectomia existe um período para começar o tratamento porque corre o risco do câncer voltar, mas não me contentei, briguei, ameacei processar e o resultado saiu em menos de um mês”, disse.

Para ela, o câncer de mama vem para ressignificar muita coisa para as mulheres. “Uma das coisas mais loucas do câncer de mama é que a maioria esmagadora das vítimas são as mulheres e a doença ataca diretamente a vaidade. Primeiro você perde o peito, o cabelo, sobrancelha, a unha escurece, a pele fica ressecada, mas no fim a gente acaba ressignificando a beleza, sabe? A gente aprende o que verdadeiramente importa”, conta.

Ela fez oito quimioterapias, além da cirurgia de retirada da mama. Nesse processo os fios foram caindo, mas ela logo resolveu raspar a cabeça, antes mesmo deles caírem totalmente. E para a surpresa de Olívia, ela se sentiu ainda mais maravilhosa. “Me achei linda, foi uma surpresa, claro, mas me senti uma modelo”, brinca. Ela pede ainda que muitas mulheres não esperem o pior acontecer, que todas devem se mobilizar a irem atrás dos exames que eles salvam vidas.

“Dizem que devemos fazer a mamografia após os 40 anos, mas eu tive a doença aos 27 anos. É um exame tão fácil e para que não fazer? Quando forem ao médico exijam a mamografia, se tiverem filhas, façam exames nelas desde novas. O câncer de mama, quando o nódulo tem até 1 centímetro, existe 95% de chance de cura. Na medida que ele vai aumentando a sua chance de cura vai diminuindo. Façam! Façam uma vez por ano. Eu nunca tive nenhum caso da doença na minha família”.

Por fim, ela deixa uma mensagem para aquelas que passam pelo mesmo processo que ela passou, a esperança nunca deve morrer e nem a própria vontade de viver. “Tem início meio e fim. Se mantenham forte durante o processo. Ninguém quer uma doença, mas quando ela chega a gente tem que enfrentá-la da melhor maneira possível”, finaliza.

Texto: Gabbriela Veras / Ascom – Mulheres Republicanas Nacional
Foto: Reprodução

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