Além da necessidade de enfrentar o problema com veemência, a vereadora do PRB defendeu a aprovação da lei que protege a mulher durante o parto
Publicado em 26/7/2017 - 00:00
Salvador (BA) – Na última sexta-feira (21), a vereadora Rogéria Santos (PRB) realizou uma audiência pública no Edifício Bahia Center, sobre a violência cometida contra mulheres no momento do parto. A parlamentar convidou profissionais da área da saúde e representantes de movimentos femininos para debater o assunto e buscar soluções para os problemas enfrentados pelas mulheres.
A violência obstétrica é caracterizada como qualquer tipo de agressão física ou verbal praticada pelo profissional de saúde contra a parturiente no momento do parto. A episiotomia (corte do períneo) de forma indevida e sem o conhecimento da paciente, a cesárea desnecessária ou contra a vontade da gestante, as agressões verbais, e o ato de negar algum tipo de alívio à dor são os tipos de violências obstétricas mais sofridas pelas mulheres.
“O que a gente visa aqui, hoje, com esse debate é trazer à tona esse tema”, explicou a vereadora. Muitos consideram a violência no parto um assunto novo, sendo que na realidade a mulher sofre esse tipo de agressão desde os primórdios, mas só agora o tema tem sido trazido à tona. Na maioria dos casos a parturiente não sabe que está sendo vítima de um tipo de violência obstétrica, visto que tais atitudes têm se tornado tão frequente que algumas mulheres acreditam se tratar de um comportamento padrão.
O papel da doula
Doula significa “mulher que serve”, podendo ter ou não uma formação na área de saúde. O seu papel é auxiliar a gestante antes, durante e depois do nascimento do bebê, dando apoio físico e emocional.
“Nenhuma doula está aqui querendo roubar o espaço do outro, ela não vai roubar o espaço de uma psicóloga ou de um médico, não é nada disso, a doula está aqui para somar”, afirmou Tarsila Leão, psicóloga e coordenadora da Organização de Doulas da Bahia (Odoba).
A função da doula e de todos os profissionais presentes na hora do parto é o de dar a assistência necessária à mulher, dando-a autonomia e liberdade de escolha sobre o seu corpo no momento que deve ser para ela inesquecível”, explicou a psicóloga. Em Salvador ainda não existe uma lei que permite o acompanhamento das doulas nas maternidades.
A lei a favor da mulher
Rogéria Santos é autora do Projeto de Lei nº 357/17, que regula a melhoria de ações de proteção à gestante, parturiente, puérpera e recém-nascido em situação de violência obstétrica e neonatal no município de Salvador. Enquanto a proposta tramita na Casa, a mulher que reconhece ter sofrido a violência obstétrica pode reclamar pelo ato da violência, sendo caracterizada como violência contra a mulher, sem tratar do assunto de forma mais específica. “Com a lei aprovada, a mulher terá todos os direitos garantidos e poderá reclamar no Ministério Público e ter o apoio da Defensoria Pública”, explicou Taissa Gama, secretária municipal de Políticas Públicas.
“Inclusive, eu acho que o principal desse momento é esse rompimento do silêncio”, revelou Rogéria Santos, que é advogada e mestranda em Políticas Públicas.
Durante o debate, foi unânime a ideia que as pessoas precisam abrir os olhos para enxergar a realidade que as parturientes têm vivido dentro das maternidades e até mesmo em seus lares. “Chegou a hora de todos se unirem em uma só força deixando de lado classe social, formação acadêmica, grupos partidários, gênero ou etnia, e erradicar esse tipo de violência das nossas instituições de saúde”, defendeu a vereadora do PRB.
Texto e fotos: Ascom – vereadora Rogéria Santos
Edição: Agência PRB Nacional
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