Iniciativa começa em Cachoeiras de Macacu e percorrerá diversos municípios fluminenses em formato de mostra
Publicado em 20/6/2025 - 09:00
Rio de Janeiro (RJ) – A secretária de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, Rosangela Gomes (Republicanos), lançou, oficialmente, a campanha “Trajetórias”, uma iniciativa pioneira de combate e prevenção à xenofobia, ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas. A ação terá início na cidade de Cachoeiras de Macacu, no próximo dia 24 de junho, e percorrerá diversos municípios fluminenses, promovendo mostras itinerantes e ações de conscientização.
A campanha será conduzida por meio de exposições e atividades educativas, com foco especial na formação de jovens do ensino médio público, que têm enfrentado crescentes episódios de bullying, intolerância e exposição ao aliciamento virtual. A ideia é levar informação como instrumento de inclusão, proteção e transformação social.
Além disso, o projeto busca trabalhar com as secretarias municipais de Educação, Saúde e Assistência Social, oferecendo capacitação técnica para que os profissionais estejam preparados para lidar com situações relacionadas a essas temáticas no atendimento ao público.
“Nossa proposta é trabalhar em conjunto com os municípios na busca da prevenção e da conscientização, nestas temáticas que são fundamentais e urgentes de serem aprofundadas pela nossa sociedade. A informação é uma grande ferramenta de inclusão, principalmente, do público mais jovem”, destacou a secretária Rosangela Gomes.
A ação será promovida pela secretaria comandada por Rosangela, em parceria com coordenadorias estaduais de enfrentamento ao tráfico de pessoas, trabalho escravo, políticas de migração e refúgio, além do Programa Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil.
Programação pelo estado
Em Cachoeiras de Macacu, o projeto será desenvolvido com apoio das secretarias de Assistência Social, Cultura, Saúde e Educação do município. A exposição ficará disponível para visitação até o dia 3 de julho, das 10h às 17h. Na sequência, a partir do dia 8 de julho, será a vez da capital do estado, que abrigará o trabalho no CEFET, no Maracanã, Zona Norte do Rio, até setembro.
Exposições
A mostra “Trajetórias” reúne duas exposições: “Ressignificar” e “Nós por Nós”. A primeira apresenta os relatos de vítimas de tráfico de pessoas e trabalho análogo à escravidão por meio de artes visuais e depoimentos emocionantes. Os materiais foram produzidos em um processo terapêutico de escuta grupal com direção psicanalítica, fruto do projeto “Desenhando Novas Histórias”, desenvolvido em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
A segunda exposição relembra a história de Moïse Kabagambe, jovem congolês brutalmente assassinado no Rio em 2022. Intitulada “Nós por Nós”, a mostra reúne fotografias da infância, juventude e cotidiano de Moïse, além de um minidocumentário com depoimentos de familiares e amigos. Mais do que uma homenagem, é um apelo à memória e à justiça, com o objetivo de evitar que casos semelhantes se repitam.
Dados alarmantes
De 1995 a 2024, o estado do Rio de Janeiro resgatou 1.803 pessoas em situação de trabalho análogo à escravidão, uma média de 60 por ano. O relatório do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas alerta para a necessidade urgente de ações educativas, preventivas e estruturantes.
Por Ascom – Mulheres Republicanas Nacional
