Projeto regulamenta criação de comunidades produtoras de energia renovável no Brasil

Iniciativa visa descentralizar geração de energia e promover sustentabilidade

Publicado em 3/3/2025 - 10:00 Atualizado em 6/3/2025 - 09:35

Brasília (DF) – A Câmara analisa o Projeto de Lei 3798/24, que estabelece regras para a criação de comunidades energéticas no Brasil. O objetivo é incentivar a geração descentralizada de energias renováveis, como a solar e a eólica, promovendo a autossuficiência energética e o desenvolvimento sustentável em áreas urbanas e rurais. O projeto é de autoria do deputado federal Jadyel Alencar (Republicanos-PI).

O texto define comunidade energética como a associação de pessoas, empresas, cooperativas e organizações que atuam em conjunto para produzir, distribuir, consumir, armazenar ou compartilhar energia renovável. A ideia é garantir que esses grupos se beneficiem diretamente da energia gerada, reduzindo custos e diminuindo a dependência de grandes distribuidoras.

Formalização e funcionamento

Para serem criadas, as comunidades energéticas precisarão formalizar um ato constitutivo registrado em cartório, especificando:

  • composição e modelo de governança;
  • fontes de energia renovável utilizadas;
  • area geográfica de atuação;
  • modelo de compartilhamento de energia;
  • benefícios econômicos previstos para os membros; e
  • compromissos com sustentabilidade ambiental e inclusão social.

A proposta prevê que essas comunidades terão acesso à rede de distribuição de energia existente, por meio de contratos específicos com as concessionárias. Além disso, poderão vender o excedente de energia, aproveitando tarifas incentivadas estabelecidas pelo governo, por meio do sistema de “feed-in-tariff” (remuneração pela energia injetada na rede) ou em leilões específicos.

Impacto ambiental e social

Jadyel Alencar destacou que o projeto representa um avanço na modernização da matriz energética brasileira. “A criação das comunidades energéticas representa um avanço rumo a um modelo energético mais sustentável, democrático e inclusivo. O projeto visa não apenas modernizar e diversificar a matriz energética do país, mas também incentivar a participação cidadã, fomentar o desenvolvimento local e garantir a proteção ambiental”, afirmou Alencar.

Para estimular a criação de comunidades, o texto prevê linhas de crédito federal especiais, com juros reduzidos e prazos estendidos, priorizando projetos em comunidades de baixa renda e regiões remotas.

Próximos passos

Na Câmara, o projeto será analisado, em caráter conclusivo, pelas Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Minas e Energia; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça. Caso aprovado, seguirá para votação no Plenário da Câmara e, posteriormente, para o Senado.

Texto: Com informações da Agência Câmara de Notícias
Foto: Douglas Gomes

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