“O silêncio é uma triste forma de violência”, afirma Cristiane Britto sobre a falta de denúncia de violência contra a pessoa idosa
Publicado em 25/6/2024 - 14:46
Brasília (DF) – Neste Junho Violeta, mês de combate à violência contra a pessoa idosa, um momento oportuno para esclarecimentos e orientações à sociedade quanto aos tipos de violações que afetam esse grupo de pessoas e a importância de assegurar direitos e proteção aos idosos, contra as mais variadas formas de agressões, que vão desde violência física à discriminação.
De acordo com dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, em 2023, mais de 150 mil violações de direitos contra a pessoa idosa foram registradas a partir de 30 mil denúncias, representando um aumento de 57% das notificações e de 87% nas violações, em comparação com anos anteriores.
Para a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto (Republicanos), denunciar é fundamental para resgatar a pessoa idosa de ambientes violentos, quando isso não é feito, acaba surgindo um novo tipo de violência. “O silêncio é uma triste forma de violência. Este é o mês de conscientização contra a violência à pessoa idosa, um necessário alerta à importância do respeito, que não tem idade”, destaca a também secretária-geral executiva do Mulheres Republicanas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência contra a pessoa idosa qualquer ação que prejudique a integridade física e emocional, impedindo seu papel social. As formas mais comuns incluem abusos físicos, patrimoniais, psicológicos, sexuais, além de negligência, abandono e discriminação.
“Garantir proteção e vida digna àqueles cuja história e experiência são legados para gerações, mais do que uma questão de justiça, é trilhar o caminho do seu próprio futuro”, observa a ex-ministra.
Tipos de violência mais comuns
Violência física
A violência física é muitas vezes perceptível, mas nem sempre os sinais são evidentes. Pode manifestar-se por meio de tapas, empurrões ou beliscões. A maioria das agressões físicas ocorre dentro da própria casa, praticada por pessoas próximas como filhos, cônjuges, netos ou cuidadores.
Abuso psicológico
A violência psicológica inclui agressões verbais, desprezo e qualquer ação que cause sofrimento emocional, como humilhação ou restrição à liberdade. Também abrange insultos, ameaças e gestos que afetam a autoestima e identidade da pessoa idosa. Este crime é passível de pena de detenção.
Negligência, abandono e violência institucional
Negligência refere-se à recusa ou omissão de cuidados essenciais, prejudicando o bem-estar físico e psicológico da pessoa idosa. O abandono é a falta do amparo por parte dos responsáveis. Violência institucional ocorre dentro de ambientes institucionais, públicos ou privados.
Violência patrimonial
Inclui práticas ilícitas que comprometem o patrimônio do idoso, como forçá-lo a assinar documentos, alterar testamentos ou vender bens sem consentimento. Também abrange falsificação de assinaturas e apropriação indevida de recursos financeiros.
Abuso financeiro
Caracteriza-se pela exploração imprópria ou uso não consentido dos recursos financeiros da pessoa idosa, com o violador se apropriando indevidamente do dinheiro e cartões bancários para fins não relacionados ao cuidado da pessoa idosa.
Discriminação
Comportamentos discriminatórios, desrespeitosos e ofensivos baseados na condição física da pessoa idosa desvalorizam e inferiorizam essa população, comprometendo seus direitos fundamentais em contextos psicológicos, sociais, culturais, econômicos ou políticos.
Violência sexual
Inclui práticas eróticas ou relações sexuais forçadas mediante coação física ou ameaças, podendo ocorrer dentro de casa ou em instituições de atendimento a pessoas idosas.
Denuncie
Ao menor sinal de violência contra a pessoa idosa, denúncias podem ser feitas pelo Disque 100. Este canal de atendimento é gratuito, sigiloso e funciona 24 horas por dia.
Texto: Ascom Mulheres Republicanas Nacional
Foto1 capa: Freepik
Foto2: cedida
