Vereadora Luciara Amil denuncia agressões nas redes sociais

A parlamentar de Bom Jesus de Itabapoana relata que também já foi alvo de violência doméstica

Publicado em 5/7/2021 - 08:00

Bom Jesus de Itabapoana (RJ) – A vereadora de Bom Jesus de Itabapoana, Luciara Amil (Republicanos) usou a tribuna da Câmara Municipal, no interior do Rio de Janeiro, para denunciar as agressões que vem sofrendo nas redes sociais. Muito emocionada, a vereadora também relatou que já foi vítima de violência doméstica aos 23 anos de idade e denunciou, assim como já fez com o atual agressor.

De acordo com Luciara, que também é presidente da câmara, após a fala de um vereador na segunda-feira (28), ela negou voz na tribuna para um grupo de pessoas que se diziam representantes do conselho de meio ambiente, que em sua opinião, não faziam. Depois disso, esse grupo jogou parte do discurso do vereador acima supracitado nas redes, onde ela foi citada várias vezes nos comentários. “Até que um senhor que é policial civil aposentado e que esteve inclusive na sessão neste dia, fez um texto enorme me acusando de várias coisas, dentre elas lobista e que eu recebo propina, incitando o ódio na rede social envolvida”, disse.

Luciara afirmou que nada vai calar a sua voz. “Sou uma defensora dos direitos das mulheres. Mas e quando a vítima sou eu?  Eu não tenho vergonha de falar que já fui vítima de violência doméstica e denunciei meu agressor, mas agora, esse está na rede social. Meu agressor é homem, tem nome, sobrenome, frequenta a igreja, é policial civil aposentado, e covardemente só tem coragem na rede social, mas violência contra qualquer mulher seja onde for é crime, em qualquer lugar. Minha voz não será calada, eu acredito na justiça”, ressaltou.

“Vamos lutar para mostrar que qualquer agressor seja ele quem for, será devidamente levado à justiça… não vou sofrer calada para que outras tantas mulheres possam ter o exemplo de que a internet não é lugar de agressor de mulheres”, completou.

O Brasil é um dos países que mais concentra casos de violência contra a mulher no mundo, e essas estatísticas não se resumem somente ao mundo físico: com o crescimento exponencial do acesso à internet, o ambiente virtual tornou-se mais um espaço onde mulheres são vítimas de violência de gênero. Dados da ONG SaferNet, uma entidade de referência nacional no enfrentamento aos crimes e violações aos Direitos Humanos na internet, mostram que os crimes cibernéticos de violência contra mulheres foram os que mais cresceram entre 2017 e 2018, com um aumento de 1.600%. As denúncias saltaram de 961 casos em 2017, para 16.717 mil em 2018.

Ainda em seu discurso, a republicana citou a Lei Maria da Penha (Nº 11.340/2006) , que aumenta em até três vezes a pena quando o crime de injúria e de violência contra a mulher é cometido em ambiente virtual e/ou nas redes sociais, como diz o Art. 141 da Lei. “Não devemos nunca banalizar a violência contra a mulher. Eu não preciso ser humilhada para ser atacada por um manifestante que estava aqui dentro da Casa de Leis. Vou tomar e estou tomando todas as providências. Nenhuma mulher merece passar pelo o que estou passando. Eu encerro essa sessão falando que posso ser única, mas não estou sozinha porque represento todas as mulheres de Bom Jesus. Quando uma mulher é atacada e agredida emocionalmente como eu estou sendo, todas estão”, ratificou a vereadora.

Texto: Ascom – Mulheres Republicanas
Foto: Cedida

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