Senador assume papel central em comissão que investigará facções e milícias
Publicado em 4/11/2025 - 16:18
Brasília (DF) – O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) foi eleito nesta terça-feira (04) vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado, instalada no Senado com a missão de investigar a estruturação, a expansão e o funcionamento de facções criminosas e milícias em território nacional. Mourão recebeu cinco votos e passa a ocupar a segunda posição mais relevante na condução dos trabalhos da comissão.
Em publicação nas redes sociais, Mourão destacou o compromisso com a transparência e a seriedade das investigações. “Nosso foco será garantir que o trabalho da CPI seja conduzido com total objetividade e transparência. A segurança do nosso país é prioridade!”, afirmou o senador.
120 dias para apurar crimes e propor soluções
A CPI será composta por 11 senadores titulares e sete suplentes, com prazo inicial de 120 dias para concluir os trabalhos. O objetivo central é traçar um diagnóstico amplo sobre como atuam as organizações criminosas, identificar as rotas do crime, os mecanismos de lavagem de dinheiro e os vínculos com setores econômicos lícitos.
Entre os temas que serão investigados estão: ocupação de territórios por facções, uso de criptomoedas em esquemas de lavagem de dinheiro, infiltração no mercado de combustíveis, bebidas, garimpo e imóveis, além do envolvimento com o sistema prisional, corrupção, tráfico de drogas e armas.
Também será avaliada a integração entre os órgãos de segurança pública e as Forças Armadas, com atenção especial às fronteiras do país.
CPI quer ouvir governadores e especialistas
Os senadores aprovaram o plano de trabalho proposto pelo relator Alessandro Vieira (MDB-SE), que afirmou que a comissão buscará “detectar as políticas públicas mais efetivas contra o problema do crime organizado”.
Como parte das investigações, a CPI ouvirá autoridades dos estados considerados mais seguros — como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e o Distrito Federal — para identificar boas práticas. Também serão convocados os governadores e secretários de segurança do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde atuam as facções PCC e Comando Vermelho.
Além disso, cinco governadores de estados com maiores índices de criminalidade — Amapá, Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas — também prestarão esclarecimentos.
Do governo federal, estão entre os convidados o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, e representantes da Polícia Federal, da Senappen e da Abin.
A CPI também chamará especialistas e jornalistas investigativos que atuam no monitoramento do crime organizado. Um dos nomes confirmados é o do promotor Lincoln Gakiya, conhecido por sua atuação no enfrentamento ao PCC em São Paulo. “A sociedade espera respostas e ações efetivas. Precisamos enfrentar esse problema com coragem e determinação, ajustando a legislação e apoiando as forças de segurança”, finalizou Mourão.
Texto: Agência Republicana de Comunicação (ARCO), com informações da Agência Senado
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado






