Artigo escrito por Márcio Marinho, deputado federal e presidente do PRB Bahia.
Publicado em 21/4/2014 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 19:03
Os contextos históricos servem para justificar muitos erros que nos parecem injustificáveis aos olhos do tempo, este senhor da razão. Assim é quando olhamos para o retrovisor da história e nos deparamos com os horrores dos anos de chumbo no Brasil. A ditadura militar que silenciou o país por 20 anos originou-se no que deveria ser uma revolução civil-militar que garantiria a Democracia.
Vítima de si mesma a sociedade brasileira, apoiadora que foi da chamada Revolução, se viu refém de um Golpe que se revelaria Militar.
As garantias do povo foram violadas e o poder ditatorial sistematicamente ampliado. O Ato Institucional Número 5, ou simplesmente AI-5, marcou um dos períodos mais dramáticos e sangrentos da nossa história recente.
Não podemos mudar o passado, mas podemos, com certeza, moldar o nosso futuro. A moldura que colocaremos nesta nova tela depende da nossa consciência e atitude. Não existe forma de mudar o mundo a não ser a partir de atos concretos que nos imponham um melhor agir e isso, no que se refere à população brasileira, passa pela ordem política, que tem as ferramentas necessárias para garantir políticas públicas que ofereçam uma melhor qualidade de vida para o nosso povo em todos os aspectos.
As desculpas pelos erros cometidos no passado e, aparentemente justificáveis pelo contexto histórico, não mudam o que foi feito mas sinalizam para uma tomada de consciência e responsabilização por nosso futuro.
Esses contextos históricos são importantes ao pensarmos sobre as posições adotadas por pessoas formadoras de opinião, meios de comunicação e outras instituições como a Associação Baiana de Imprensa (ABI) que também deu o seu apoio àquela “Revolução Civil-Militar” por acreditar no que preconizava.
Mas provado está que ofertar poder é uma temeridade e o custo é alto. Tão caro quanto as vidas que ceifou.
A História é um instrumento de que dispomos para ir em frente aprendendo com os erros para não repeti-los. E devo concordar com carta de retratação publicada pelo Jornal O Globo em editorial de pedido de desculpas à nação por ter apoiado o Golpe Militar de 64, quando diz: “A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma.”
Esta é a nossa lição!
*Márcio Marinho é deputado federal e presidente do PRB Bahia