Republicanos discutem abuso sexual infantil durante audiência em Curitiba

Republicanos discutem abuso sexual infantil durante audiência em Curitiba

Evento na Assembleia Legislativa do Paraná debateu medidas para combater crimes sexuais praticados com crianças e adolescentes

Publicado em 23/9/2019 - 00:00 Atualizado em 28/6/2020 - 20:16

Curitiba (PR) – A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) realizou, na sexta-feira (20), uma audiência pública com o tema ‘O abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes’.

O evento foi realizado no ‘plenarinho’ sob a presidência do deputado estadual Alexandre Amaro (Republicanos-PR), e com a participação especial do presidente da Frente Parlamentar Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Câmara dos Deputados, deputado federal Roberto Alves (Republicanos-SP).

Três ‘D’

Convidado especial do evento, Roberto Alves fez o seu pronunciamento baseando-se nos números registrados pelo Disque 100 em 2018, que revelam um perigo silencioso. A cada hora, duas crianças e adolescentes foram vítimas de violência sexual infantil no Brasil. No estado do Paraná, especificamente, foram registradas 793 denúncias.

O parlamentar explicou que a luta contra a violência sexual infantojuvenil se baseia nas palavras ‘detectar’, ‘dialogar’ e ‘denunciar’.

“Detectar, porque precisamos estar atentos aos sinais no corpo e no comportamento da criança ou do adolescente. Dialogar, porque, para ajudá-lo, é preciso que haja uma relação de confiança, por meio do diálogo. Denunciar, porque se houver indícios de abuso, é importante levar o caso à polícia ou ligar para o Disque 100”, orientou.

Após a fala na tribuna, o deputado Roberto Alves presenteou as autoridades com camisas da frente parlamentar com o slogan ‘O problema não é meu, o problema é nosso! ’ e distribuiu exemplares do gibi Robertinho e Sua Turma para o público no plenário.

Especialistas

Além de parlamentares e representantes do governo paranaense, a audiência pública na Alep contou com a participação de especialistas em defesa e proteção dos direitos da criança e do adolescente. Um deles é o juiz da Vara de Infrações Penais Contra Crianças, Adolescentes e Idosos e Curitiba/PR, Dr. Osvaldo Canela Júnior, que falou sobre a importância de se investir na qualificação e na capacitação dos profissionais para garantir mais eficiência nas investigações e reduzir a impunidade.

Como exemplo, ele citou a Lei nº 13.431, conhecida como a Lei da Escuta Especializada, sancionada em 2017, que estabelece novas regras para ouvir o depoimento de crianças vítimas de violência, sem criar novos traumas psicológicos. Para o magistrado, a eficácia dessa nova ferramenta depende da qualificação da equipe de trabalho.

“Para reduzirmos a impunidade, precisamos aprimorar as técnicas de captação de provas, pois o crime de abuso sexual infantil geralmente não tem testemunhas. Os profissionais especializados são capazes de colher o máximo de informações da criança, sem traumatizá-la, e converter os dados em provas”, afirmou.

Crime silencioso

Outro palestrante foi a subtenente PM, Tânia Guerreiro. Especialista em prevenção ao abuso sexual infantil, ela explicou que há sete tipos de abusadores sexuais e que eles estão em todos os lugares, nas escolas, nas ruas, nas igrejas e, principalmente, dentro de casa. Os criminosos, disse ela, costumam agir com cautela e paciência, para não afugentar a vítima ou gerar a desconfiança entre os adultos.

“Estamos falando de um crime silencioso, porém, letal. A luta contra o abuso sexual infantil depende do esforço de todos. E quando o crime acontece dentro de casa, as autoridades só agem mediante a denúncia. Não podemos permitir que o futuro de uma criança ou de um adolescente seja destruído para sempre”, destacou a subtenente.

Texto e fotos: Carlos Eduardo Matos / Ascom – deputado federal Roberto Alves

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