Artigo escrito por Tia Eron, deputada federal pelo PRB na Bahia
Publicado em 11/7/2018 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 12:00
Com o advento das redes socais, em que as pessoas se acham no direito de falar sobre tudo, até mesmo ofender e difamar, o racismo está cada dia mais evidente. O que antes parecia velado, tímido, hoje está escancarado. Todos os dias presenciamos casos de racismo, injúria e discriminação racial. Com a frágil ilusão de que não sofrerão qualquer tipo de punição, os racistas seguem destilando veneno por aí. Eles não perdoam ninguém: crianças, idosos, artistas e políticos. Somos todos vítimas do preconceito racial.
No dia 3 de julho, Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, o racismo está nas rodas de conversas. É o tema do dia. Mas e depois? E o dia seguinte? Como fica a situação do racismo? Dos jovens negros que morrem todos os dias no Brasil, só por serem negros, pelas mulheres negras que sofrem violências sexual, só por serem negras? Este é um assunto que deve estar em pauta todos os dias, é claro que uma data como esta reforça a luta, mas deve ser constante e incessante.
O racismo está presente em nossas vidas todos os dias, em todos os momentos, precisamos ser ouvidos e precisamos combate-lo. A desigualdade é uma realidade bastante dura na vida do negro. O povo negro aprendeu a viver e aceitar migalhas, convivem com as poucas oportunidades no mercado de trabalho, e vivem sob ameaça constante de serem vítimas da violência.
O racismo machuca, corroí, rasga a alma. E é só assim, falando sobre a desigualdade racial, que vamos conseguir mudá-la. É somente ao ser confrontado com as estatísticas que o racismo brasileiro, sustentado em três séculos de escravidão, revela-se sem meias palavras. O enfrentamento ao preconceito se faz também por meio de políticas públicas eficientes para reparar as desigualdades sociais.
*Tia Eron é deputada federal pelo PRB na Bahia