Em entrevista, republicano afirmou que tem defendido e trabalhado pela harmonia entre os poderes
Publicado em 1/6/2020 - 16:43 Atualizado em 3/6/2020 - 13:39
Brasília (DF) – Em entrevista hoje (1) ao grupo A Tarde, da Bahia, o deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP) disse não ver no momento espaço para a discussão, dentro do Congresso Nacional, de um eventual processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele citou uma pesquisa realizada pelo instituto Paraná Pesquisas que mostra 52% dos brasileiros contrários à medida.
Marcos Pereira disse que há três formas de afastar o presidente: pela própria renúncia dele, que dificilmente irá acontecer, por um processo de impeachment e pela cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitorall (TSE). “Rodrigo Maia (presidente da Câmara) sempre rejeitou (pautar pedidos de impeachment)”, disse.
Presidente nacional do Republicanos e vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira também não vê risco à democracia nas manifestações do presidente e de um dos seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “Bolsonaro às vezes emite sinais trocados. Ele reage no discurso, na retórica, mas na prática caminha corretamente, seguindo o rito”, afirmou.
Diante do tensionamento das relações, Marcos Pereira tem atuado como um “bombeiro permanente” tentando manter o diálogo institucional e construindo entendimentos. Ele disse que tem conversado regularmente com Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e defendido a harmonia entre os poderes.
“Quanto mais harmonia entre os poderes, quanto mais harmonia nas nossas relações, mais próximos ficamos do que determina a Constituição”, argumentou.
Republicanos segue independente
Embora tenha acontecido uma aproximação mais intensa entre o Republicanos e o presidente Jair Bolsonaro, Marcos Pereira afirma que o partido segue independente. “Eu disse desde a transição de governo que 80% da nossa pauta converge com a pauta do presidente, especialmente na área econômica”, lembrou.
O Republicanos tem votado e aprovado todas as medidas que foram enviadas ao Congresso Nacional, antes e durante a pandemia, como a reforma da Previdência e outras iniciativas para tornar a economia brasileira mais dinâmica. “Devemos ajudar na governabilidade. Se o governo vai mal, o Brasil vai mal e todos perdem”, explicou.
Aliança com partidos é legítima
Apesar das sucessivas críticas destinadas ao presidente e ao grupo de partidos de centro e centro-direita devido a essa aproximação, e que Marcos Pereira considera “desproporcionais”, o líder republicano diz que em todo mundo o presidente ou o primeiro-ministro precisa dialogar e se relacionar com o parlamento. “É uma medida legítima, necessária”, disse.
Texto e foto: Diego Polachini / Ascom – deputado federal Marcos Pereira