Dia das Crianças: é preciso cuidar da saúde mental dos menores

Artigo escrito por Roberto Alves, deputado federal pelo Republicanos São Paulo

Publicado em 11/10/2021 - 09:00

Amanhã, 12 de outubro é comemorado o Dia das Crianças. A data celebra os direitos das crianças e adolescentes, ajudando a conscientizar a sociedade sobre os cuidados necessários durante esta fase da vida.

A verdade é que o momento que estamos passando, com a pandemia da Covid-19, vai deixar marcas profundas na saúde mental de crianças e adolescentes não só no Brasil, mas em todo o mundo.

Dados do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para Infância (UNICEF), divulgados no último dia 4 de outubro, revelam que um estudo realizado em 21 países, mostrou que durante a pandemia 19%, quase um a cada cinco adolescentes e jovens entre 15 e 24 anos, muitas vezes se sentiram deprimidos ou com pouco interesse em suas atividades. No Brasil, o índice ficou um pouco acima da média, 22%.

O relatório aponta ainda, que em todo o mundo mais de uma a cada sete crianças ou adolescentes entre 10 e 19 anos vive com algum transtorno mental já diagnosticado.

Diversos fatores contribuíram para esse cenário desolador. Isolamento social, restrições de mobilidade, quebra de rotina e escolas fechadas por um longo período ajudaram a alimentar as angústias que já existiam, mas que antes podiam ser percebidas no convívio social.

Justamente por isso, intensificamos o nosso trabalho na Câmara dos Deputados, pressionando os nossos pares para darmos celeridade no andamento de projetos que venham amenizar o sofrimento e assegurar o bem-estar de crianças e adolescentes.

Na presidência da Frente Parlamentar Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes desde 2015, temos visitado diversos municípios do estado de São Paulo, levando informação e orientação para pais e responsáveis. É preciso que toda a sociedade se una em uma corrente de proteção solidária em favor dos menores.

A pandemia veio colocar uma lupa em problemas que já existiam, mas que foram ampliados pela realidade que nos foi imposta. Precisamos dar uma atenção especial ao sofrimento psíquico que é cada vez mais recorrente entre os jovens.  De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é esse sofrimento que faz o suicídio ocupar o quarto lugar da causa morte de jovens entre 15 e 29 anos. No Brasil, o cenário já vinha se agravando antes mesmo da pandemia. Entre 2010 e 2019, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de suicídios entre pessoas de 15 a 19 anos quase dobrou, cresceu 81%.

É urgente a criação de políticas públicas que venham acolher essas crianças, adolescentes e jovens.  A pandemia deixará marcas por gerações, mas nós não podemos enquanto legisladores deixarmos de lutar por esses menores que são o futuro do nosso Brasil. Seguimos trabalhando para garantir que o sorriso de esperança no semblante de cada criança seja a certeza de dias melhores.

Roberto Alves é deputado federal pelo estado de São Paulo e presidente da Frente Parlamentar Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

 

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