Deputado federal Antonio Bulhões

Antônio Bulhões – deputado federal pelo PRB-SP

Publicado em 17/12/2012 - 00:00 Atualizado em 18/6/2020 - 11:33

Em um ano curto (por conta do calendário eleitoral), mas intenso – devido às disputas políticas e aos temas que movimentaram o Congresso Nacional –, ser líder de bancada tinha tudo para ser uma experiência estressante. Os deputados do PRB navegaram pelas turbulências do período tendo na proa uma pessoa que se destacou pelo equilíbrio, capacidade de negociação e argumentação. Antonio Bulhões chega ao final de sua missão de líder de bancada com um misto de alívio e satisfação. Feliz com o que aprendeu e animado em retomar projetos que foram postos um pouco de lado durante o ano.

Entrevista

1 – Como o senhor avalia essa sua experiência de líder de bancada?

Antonio Bulhões –Sem falsa modéstia, não me vi como um líder, mas como um porta-voz. Um representante de uma bancada composta de pessoas aptas, todas elas, a também liderar. Essa terminologia de líder me parece um tanto quanto equivocada. A visão tradicional de liderança é de quem conduz. E, no caso de uma liderança de bancada, nós é que somos conduzidos, pelos projetos e perspectivas dos demais deputados que representam, cada um, um contingente de eleitores. Voltando a sua pergunta, foi uma experiência fantástica de aprendizado de negociação, composição de interesses, ouvir mais do que escutar. Essa interação com outros partidos, alguns com propostas e ideologias completamente diversas do grupo que eu representava, também é interessante porque desenvolve ainda mais o respeito pelas divergências.

2 – Qual foi o melhor momento desse período em que o senhor foi líder? E o pior? 

A.B. –Não consigo ver um determinado momento nem tão ruim, nem tão bom. Essa sessão legislativa foi marcada por inúmeras vitórias, não da bancada A, B, ou C, mas da população brasileira. Avançamos em diversos projetos de suma importância para nossa sociedade. Em outros não.  Mas, considero o mais importante, a qualidade de diálogo mantido entre oposição e governo. Um claro sinal de maturidade política de todo o Congresso. Conseguimos avançar em discussões importantes, mesmo em um período convulsionado por CPIs e eleições municipais. Sob essa ótica, a sessão legislativa que se encerra foi um sucesso.

3 – Até que ponto ser líder de bancada prejudica projetos pessoais de um parlamentar?

A.B. –Claro que ao assumir a responsabilidade de ser interlocutor de uma bancada você acaba por preterir um pouco o exercício do próprio mandato. Não totalmente porque, nesse caso, seu próprio eleitor lhe questionaria. Ao mesmo tempo, há também um ganho em visibilidade e no contato com os demais líderes e congressistas. Há vantagens e desvantagens, como tudo na vida. No meu caso, o que acabou preterido foram alguns objetivos pessoais, ligados a minha vida privada, como convivência com a família. Também adiei meu exame para admissão na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Estas são prioridades com o fim de minha gestão como líder.

4 – O senhor seria líder de bancada novamente?

A.B. –Dentro da estrutura de um partido não personalista, que é a que almejamos e criamos no PRB, onde não há lideranças estanques, nem caciques ou coronéis, o revezamento de lideranças é vital para oxigenar o partido.  Então, não vejo essa possibilidade durante essa legislatura. Agora, no futuro, se o partido, e somente o partido, considerar que é importante estrategicamente que eu assuma uma liderança, ou outra função na sigla, estarei à disposição. Não por vaidade, mas por compromisso com os meus colegas republicanos e com os militantes do PRB.

5 – Qual a prioridade do deputado Bulhões a partir de agora?

A.B. –Nesse final de ano, ficar ainda mais próximo da minha família, que sempre acaba se sacrificando quando assumimos projetos em prol da coletividade. A partir do início da próxima sessão, lutar ainda mais pelos interesses de meu estado e de meus eleitores, de forma a honrar o compromisso firmado com todos aqueles que me deram um voto de confiança.  

Por Paulo Gusmão – Liderança do PRB

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