Pinato, Cunha e a torcida organizada

Pinato afirma que obedecerá os ritos do Conselho de Ética de forma transparente e republicana.

Publicado em 9/11/2015 - 00:00 Atualizado em 9/6/2020 - 18:37

Olá republicanos de todo o Brasil.

Vocês acompanharam na semana passada que o deputado federal Fausto Pinato, do PRB de São Paulo, foi sorteado e depois escolhido pelo presidente do Conselho de Ética para ser o relator do pedido de cassação do chefe do Legislativo, Eduardo Cunha (PMDB), sob suspeita de ter mentido numa CPI acerca de possível dinheiro seu na Suíça e não declarado à Receita Federal.

A partir do momento da escolha, Pinato virou notícia no Brasil todo devido à possibilidade de poder sugerir a cassação ou outra punição prevista no Regimento Interno da Câmara, inclusive uma eventual absolvição, ao terceiro homem mais poderoso do País. Vasculharam sua vida, viraram de ponta-cabeça sua biografia e, como de costume, setores da imprensa já desdenharam do parlamentar.

Suas palavras foram poucas desde o fatídico dia que saiu do anonimato para a fama. Restringiu-se a dizer que não teme qualquer tipo de pressão, que colherá todas as informações e provas possíveis e que, obviamente, dará chance do acusado de se defender como determina a Constituição Federal. No entanto, não foram poucos os “analistas” que já o tomaram por subserviente.

Acusaram o PRB de “ter relações religiosas com Cunha”, fato que não existe nem nunca existiu; sugeriram conluio entre Pinato e o acusado porque o PRB apoiou Cunha para presidente da Câmara – o partido emitiu nota afirmando que o apoio ao peemedebista se deu pela proposta de independência do Poder Legislativo e antes do surgimento das denúncias.

Até um eventual dividendo eleitoral a Celso Russomanno, pré-candidato a prefeito de São Paulo, foi trazido às “análises” de certos jornalistas que costumam julgar antes da própria Justiça. O relator é Pinato, não Russomanno. Quem reunirá as provas e a defesa e fará o relatório é o primeiro, não o segundo. Leia a nota do PRB na íntegra aqui.

A opinião pública, por meio dos jornais, já condenou Cunha. Embora digam aqui e ali que as provas contra o presidente da Câmara sejam robustas, ainda não foi dado o direito constitucional à defesa. Há no ar a sugestão de que a condenação prévia de Cunha por Pinato é o correto a fazer, e que o contrário disso será apenas mais uma pizza. É uma postura temerária e antirrepublicana.

Pinato afirma estar preparado para a missão. Pelo pouco que já falou com a imprensa, afirmou que fará tudo com isenção e imparcialidade, obedecendo os ritos do colegiado de forma transparente e republicana. Como já afirmamos na nota, qualquer coisa que passar disso é pura ilação e tentativa de condenar o acusado antes do processo. Esperamos que a torcida organizada dê lugar à razão.

Boa semana a todos.

 

Marcos Pereira

Advogado e Presidente Nacional do PRB

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