Homenageado possui uma deficiência visual desde que nasceu, porém superou suas dificuldades e hoje é professor de música, e um tradicionalista premiado em todo o estado
Publicado em 13/7/2017 - 00:00
Farroupilha (RS) – Atendendo ao pedido do vereador Tiago Ilha (PRB) a Câmara Municipal de Farroupilha homenageou, na segunda-feira (10), durante sessão solene, com o título Cidadão Honorífico do Município, o músico Alexandre Batisti, honraria concedida para pessoas que nasceram fora de Farroupilha, mas que prestam relevantes serviços à cidade.
Natural de Barros Cassal, Rio Grande do Sul, Battisti reside em Farroupilha há 25 anos. O músico possui uma deficiência visual desde que nasceu, porém superou suas dificuldades e hoje é professor de música, e um tradicionalista premiado em todo o estado.
O vereador Tiago Ilha contou a história de Battisti em forma de prosa e poesia. Os versos interpretados da tribuna pelo vereador republicano, autor da homenagem, descreveu a trajetória do homenageado e sua família, desde sua vinda para Farroupilha, até os dias atuais. Alexandre, hoje, está com 42 anos de idade e mais de 30 de carreira musical.
“Hoje te digo Alexandre: nossa cidade agradece por tua história, pela tua vida, pela tua trajetória. Farroupilha é feliz por você existir. Todos nós há mais de 42 anos enxergamos a vida simples e linda por meio da alma deste querido gaiteiro”, falou emocionado Tiago Ilha.
Num verdadeiro concerto em homenagem ao músico, o primeiro movimento já emocionou o acordeonista, seus pais – Deocir e Zulmira Battisti, sua esposa Roberta, os filhos Artur e Ana Laura e a todo público presente. Ao fundo musical, fazendo costado aos versos de Ilha, Alexandre ouvia melodias que também fizeram parte de sua história como: “Guri”, “Dona” e; “Radinho de Pilha”, da qual o próprio Battisti destacou um pequeno trecho ” A alegria dos outros voltando pra si”.
Battisti, em seu discurso, disse que o que lhe deixa mais feliz é poder levar um pouco de alegria para as pessoas. Lembrou o quão gratificante é proporcionar leveza e mudar um ambiente, as vezes pesado, com um simples gesto de tocar uma gaita ou um violão. Ainda ressaltou que as pessoas perdem muito tempo se importando com coisas tão pequenas que não “vêem” as coisas boas da vida passando de relance. E no segundo movimento, ápice da solenidade, Battisti ainda lembrou:
“Nós precisamos na nossa sociedade de pessoas mais disponíveis, de pessoas que se ponham no lugar do outro, que não se prendam na sua redoma, no seu claustro, que pense no seu semelhante, não exatamente em quem é cego, mas em quem tem menos; em quem pensa diferente. O respeito pela opinião diversa, que a gente viva mais em paz, que a gente construa um mundo mais fraterno, que o humanismo aflore no coração da gente”.
Em respeito a Battisti, a câmara produziu um certificado com tradução para o braile. O documento foi lido pelo homenageado em sessão sob o violão para um público de amigos e familiares.
Texto: Anderson Oliveira – Ascom PRB Gaúcho
Fotos: Adroir
Edição: Agência PRB Nacional
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