Sergio Peres solicita manutenção de educação especial para surdos em Santa Cruz do Sul

Um documento expedido pela 6ª Coordenadoria Regional de Educação comunicou o fechamento das classes especiais para surdos do 6º ao 9º ano

Publicado em 16/2/2016 - 00:00

Sergio Peres solicita manutenção de educação especial para surdos em Santa Cruz do Sul
Sergio Peres defendeu que os surdos precisam de atenção exclusiva e com a mudança, eles seriam prejudicados.

 

Porto Alegre (RS) – Disposto a impedir a extinção de classes especiais para surdos na Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora do Rosário de Santa Cruz do Sul, o deputado estadual Sergio Peres (PRB-RS) reuniu-se na sexta-feira (12) com o secretário de Educação do Estado, Vieira da Cunha, para defender a manutenção da aulas exclusivas.

O encontro contou com a participação de uma comitiva formada pela direção da instituição, professores, pais de alunos e integrantes da comunidade surda. “Acompanhei a preocupação de todos e compartilho da convicção de que é preciso respeitar as diferenças para promover uma educação igualitária, em que os surdos possam estudar, desenvolver suas potencialidades e ter as mesmas oportunidades dos ouvintes”, defendeu Peres, que esteve na escola em Santa Cruz há duas semanas.

Em janeiro deste ano, um documento expedido pela 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) comunicou o fechamento das classes especiais para surdos do 6º ao 9º ano, já para vigorar no ano letivo de 2016. De acordo com a nova norma, os estudantes passarão a ter aulas em turmas mistas, com colegas ouvintes, medida considerada excludente pelos pais dos alunos surdos, já que nas classes especiais esses estudantes têm como primeira língua a Libras (Língua Brasileira de Sinais).

sergio-peres-classes-especificas-surdos-santa-cruz-do-sul-foto-ascom-15-02-2016“Os surdos na escola convencional deixam de completar o ano letivo por serem impedidos de acompanhar na integralidade o conteúdo em aula, por conta da dificuldade de comunicação”, explicou o professor Cristian Strack. Segundo o representante da comunidade surda estadual, estudos já demonstraram que o processo de aprendizagem pleno se dá quando é respeitada a primeira língua do aluno, que no caso dos surdos, é a Libras.

A diretora da escola Gláucia Etges apresentou um histórico do trabalho da instituição na educação de surdos, que atende crianças e adolescentes de sete municípios. “O fechamento das classes para surdos acarretaria o fim do atendimento de alunos da região vale do Rio Pardo”, alertou. Gláucia também destacou que nas classes especiais as crianças têm aula com professores capacitados, enquanto nas regulares se faz necessária a intermediação de um intérprete. “É um obstáculo no aprendizado, é preciso considerar as diferenças e respeitar a cultura surda”, cobrou.

Presente ao encontro, Deisia Braga, mãe de um aluno surdo, chorou ao solicitar a Vieira da Cunha a manutenção das classes especiais. “Eu lutei a vida toda para oportunizar uma educação digna para o meu filho, eu não vou desistir agora, nós não podemos deixar que esse direito seja negado”, protestou.

Vieira garantiu que a situação passará por análise com a 6ª Coordenadoria para identificar os entraves à permanência dos estudantes nas classes especiais e as possibilidades de manutenção das turmas. “Entendo que a comunidade não pode ser prejudicada por uma medida do Poder Executivo, e vamos estudar a melhor forma de solucionar a questão”, disse.

 

Texto: Karine Bertani / Ascom – deputado estadual Sergio Peres
Edição: Agência PRB Nacional

 

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