Resíduos da construção civil são responsáveis por 60% do lixo gerado no Brasil por ano

Audiência para debater o assunto foi realizada nesta terça-feira (8) pelo deputado federal Carlos Gomes, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva da Reciclagem

Publicado em 9/5/2018 - 00:00

Resíduos da construção civil são responsáveis por 60% do lixo gerado no Brasil por ano
Audiência para debater o assunto foi realizada nesta terça-feira (8) pelo deputado federal Carlos Gomes, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva da Reciclagem

Brasília (DF) – A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados realizou, na terça-feira (8), audiência pública, proposta pelo deputado federal Carlos Gomes (PRB-RS), para tratar da situação dos resíduos sólidos da construção civil (RCC). Segundo a diretora do Departamento de Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos (DQAR) do Ministério do Meio Ambiente, Zilda Veloso, eles correspondem a 60% dos resíduos sólidos gerados no Brasil anualmente.

“É responsabilidade do poder público viabilizar um setor que apresenta produtos, em média, até 30% mais baratos do que os agregados de areia e brita retirados da natureza. Nota-se aí redução de custo ambiental, além da geração de emprego e renda”, destacou o deputado, que preside nacionalmente a Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva da Reciclagem.

Resíduos da construção civil são responsáveis por 60% do lixo gerado no Brasil por anoRepresentante da Câmara Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil (Cbic), Lilian Sarrouf concorda com Carlos Gomes. “A gestão adequada dos RCC também significa a redução de riscos de acidentes de trabalho. E é por isso que o nosso primeiro objetivo deve ser não gerá-los”, frisou. A CBIC representa 85 entidades nas 27 unidades da federação e isso corresponde a mais de 70 mil empresas da área.

Para o representante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Geová Farias, a baixa adesão das prefeituras à elaboração de planos de manejo dos resíduos sólidos pode ser considerado um fator para o engatinhamento do ramo no país. “Apenas 28% das administrações municipais possuem alguma iniciativa sobre o tema. O governo não pode auxiliá-los sem informações precisas sobre a sua real situação”, lamentou.

Debate

O encontro também foi marcado pelas posições divergentes em relação à Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil (Abrecon) e da Associação Brasileira das Áreas de Transbordo e Triagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil (Abatt).

“Defendemos uma atualização da norma que endureça a concessão de licenciamentos para quem quer reciclar. A reutilização de entulho sem o devido tratamento não pode ser tolerada, assim como o descarte de resíduos inertes em aterros sanitários”, argumentou o presidente da Abrecon, Hewerton Bartoli, ao destacar que as áreas de transbordo e triagem devem se limitar a separar o material e encaminhá-lo à reciclagem.

Ele foi rebatido pelo presidente da Abatt, Fábio Agudo, que classificou o trabalho das áreas como indispensável para a cadeia do setor. “Em vez de tentar restringir a nossa atuação, deveriam compreender que o futuro aponta para a instalação de cada vez mais empreendimentos dessa natureza, com a finalidade retirar com agilidade os resíduos provenientes da construção civil nos grandes centros urbanos do Brasil”, sentenciou.

Texto e fotos: Jorge Fuentes / Ascom – deputado federal Carlos Gomes

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