Coronavírus: o distanciamento social para proteger idosos e doentes crônicos

Além de lavar bem as mãos com água e sabão, higienizá-las com álcool em gel quando for necessário, respeitar o distanciamento social tem sido medida eficaz

Publicado em 24/3/2020 - 00:00 Atualizado em 3/6/2020 - 18:56

Brasília (DF) – Diante do avanço do novo coronavírus (que causa a Covid-19) pelo Brasil, o distanciamento social, principalmente dos idosos, grupo mais vulnerável, tem sido método eficaz em países como a China e Coreia do Sul para a redução das taxas de crescimento dos casos de Covid-19. 

A adoção dessa medida pelos idosos precisa do apoio e da solidariedade dos mais jovens, que devem adotar rigorosamente práticas de higienização. Quem precisa sair para trabalhar ou ir a um supermercado ou farmácia, deve ao chegar em casa, ter o cuidado de tomar banho e trocar de roupa para evitar a contaminação, é o que recomendam as autoridades de saúde.

Mas como convencer os idosos, principalmente os mais ativos, a ficarem em casa? Esse é um grande desafio para muitas pessoas, atualmente, mas são condições eficazes em reduzir a velocidade da disseminação da doença. Assim, preservam o sistema de saúde do colapso, avaliam os especialistas.

Distanciamento social não é abandonar os idosos e/ou doentes crônicos, mas, sim, uma medida de prevenção para garantir a vida. Diante deste cuidado, especialistas recomendam a manutenção de contatos virtuais para compensar a perda de convívio pessoal, fundamental para os idosos não se sentirem desprotegidos.

Eu moro com um idoso, o que devo fazer para protegê-lo?

Há algumas medidas que devem ser tomadas para protegê-lo dentro do lar. Como a transmissão do vírus já é comunitária e corremos o risco de sermos portadores assintomáticos (ou seja, estamos infectados, mas não apresentamos sintomas), precisamos nos atentar à higiene.

As mesmas recomendações que a Organização Mundial da Saúde já vêm orientando, assim como o Ministério da Saúde brasileiro, são válidas: lavar bem as mãos com água e sabão, higienizá-las com álcool em gel 70% quando for necessário, respeitar o isolamento e a quarentena. Se for preciso ir ao mercado, vá sozinho e deixe a pessoa com mais idade em casa. Em caso de sintomas leves, não vá ao hospital, repouse em casa. Em caso de falta de ar e febre alta, é bom ir ao pronto-socorro. 

Brasileiros tomam ciência da pandemia do coronavírus

Pesquisa do instituto FSB aponta que quase a totalidade dos brasileiros já tomou ciência da pandemia do novo coronavírus. O levantamento ouviu duas mil pessoas nos dias 18 e 19, e 99% delas afirmaram já ter ouvido falar da Covid-19.

A maioria das pessoas ouvidas pela pesquisa acredita que os sintomas são sempre perceptíveis (80%), que qualquer sintoma justifica uma ida ao hospital (71%), e que o uso de máscara é o suficiente para evitar a disseminação do coronavírus (58%).

Ainda de acordo com o levantamento, a situação do coronavírus é grave para 65% e, ao todo, 75% responderam ter “muito medo”, “medo” ou um “medo médio” da doença.

Já para 63%, o novo coronavírus é grave no Brasil e no resto do mundo. Para 28%, é grave em outros países, mas menos ou pouco grave no Brasil. Para 6%, é pouco grave tanto no país quanto fora. E para 1% é grave no Brasil, mas não em outros países.

Apoio às restrições

Medidas como suspensão de aulas e fechamentos de estabelecimentos estão sendo tomadas pelo governo federal e pelos governos estaduais. Ao todo, 92% apoiam a proibição de shows e eventos culturais; 91% a interrupção do futebol e eventos esportivos; 90% o fechamento de escolas e academias; e 89% a interdição de praias (89%).

O fechamento de bares e restaurantes é defendido por 81% dos entrevistados, segundo o instituto FSB.

Como a população está se prevenindo

Quanto aos cuidados que os brasileiros estão tomando para se prevenir de contágio com o vírus que causa a Covid-19, lavar as mãos com maior frequência foi a medida apontada por 95% dos entrevistados.

Outras medidas são evitar frequentar locais com aglomerações (89%), evitando cumprimentar outras pessoas com apertos de mão, abraços e/ou beijos (88%) e evitando ir a bares ou restaurantes (88%).

O percentual de brasileiros que está utilizando álcool em gel para higienizar as mãos é de 75%. As medidas com menor taxa de adesão são a estocagem de alimentos e outros produtos (17%) e o uso de máscara (8%).

Taxa de infecção

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras fontes estão estimando que a taxa de infecção do Covid-19 é mais alta que a gripe sazonal e a gripe suína, mas consideravelmente menor que o sarampo. A televisão pública suíça SRF diz que os últimos números da OMS colocam a taxa de mortalidade do Covid-19 em cerca de 3,4% na China e cerca de 1,1% fora da China.

Cientistas britânicos estimam que a taxa de transmissão do novo coronavírus entre humanos é de duas a três pessoas para cada paciente infectado. O relatório ainda é preliminar e foi feito a partir de modelos computacionais baseados em dados de epidemias anteriores.

Redes socais para navegar esse período

Em tempo de isolamento imposto e necessário, o uso das redes sociais e recursos tecnológicos têm amenizado as distâncias, mas especialistas recomendam que as pessoas redobrem os cuidados com as notícias falsas – as fake news. Para combater a disseminação das fake news e evitar histeria social, o Ministério da Saúde está disponibilizando um número de WhatsApp para envio de mensagens da população. O canal, segundo a pasta, não deve ser utilizado como um Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) ou tira dúvidas dos usuários, mas um espaço exclusivo para receber informações virais, que serão apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira.

Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O número é (61) 99289-4640.

Fique em casa e fique bem

Adaptar-se à nova realidade, seja ela de trabalho ou de estudo, tem requerido que todas as cidades brasileiras desacelerassem seus ritmos, até mesmo em São Paulo, a cidade que não para. O isolamento é para o bem de todos, conforme orienta a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Estamos nos primeiros dias de isolamento social, mas aos poucos o Brasil inteiro está adotando procedimentos para evitar a evolução do novo coronavírus e, essencialmente, para proteger as pessoas mais frágeis, os idosos. O momento tem permitido que iniciativas como as pessoas cantando nas janelas a professores que sobem no telhado (com segurança) para dar aulas a quem está na sacada. São gestos que enchem a todos de esperança e de que ficar em casa, se puder, vai evitar que o problema avance. Acredita-se que, com criatividade e solidariedade, será possível fazer do isolamento social um período produtivo e positivo em favor da vida.

Texto e fotomontagem: Agência Republicana de Comunicação (ARCO)

 

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