Sergio Peres quer impedir fechamento de classes especiais para surdos em Santa Cruz do Sul

Sergio Peres prontificou-se em levar, com representantes da comunidade surda, a questão ao secretário de Educação do Rio Grande do Sul

Publicado em 2/2/2016 - 00:00

Sergio Peres quer impedir fechamento de classes especiais para surdos em Santa Cruz do Sul
Sergio Peres prontificou-se em levar, com representantes da comunidade surda, a questão ao secretário de Educação do Rio Grande do Sul, Vieira da Cunha

 

Santa Cruz do Sul (RS) – O risco de extinção de classes especiais para surdos na Escola Estadual Rosário de Surdos de Santa Cruz do Sul levou o deputado Sergio Peres (PRB-RS) ao município nesta segunda-feira (1º) para audiência com a diretoria, funcionários e integrantes da comunidade surda.

Na última semana, um documento expedido pela 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) comunicou o fechamento das classes específicas para surdos do 6º ao 9º ano já para o ano letivo de 2016. Os alunos passarão a ter aulas em turmas mistas, com colegas ouvintes, medida considerada excludente pelos pais dos alunos surdos, já que nas classes especiais esses estudantes têm como primeira língua a Libras (Língua Brasileira de Sinais).

“Muitos estudos já demonstraram que o processo de aprendizagem pleno se dá quando se respeita a língua do aluno, e no caso dos surdos é a Libras, que é uma língua oficial brasileira. O Executivo Estadual precisa respeitar as diferenças e compreender que todos têm o direito de acesso à educação”, protestou o professor Cristian Strack, representante da comunidade surda estadual, que também participou do encontro.

“O fechamento das classes para surdos representa um retrocesso para a educação e para a cidadania dos surdos. As políticas de inclusão têm sido elaboradas por uma perspectiva dos ouvintes e não dos surdos que, quase sempre, são ignorados nesse processo. O que conseguimos avançar com muita luta está sendo tirado de forma arbitrária, sem a participação dos principais interessados”, lembrou a diretora da Escola Estadual Pe Reus de Esteio, Lucimeia Gall Koning.

Peres prontificou-se em levar, com representantes da comunidade surda, a questão ao secretário de Educação do Rio Grande do Sul, Vieira da Cunha. “Misturar turmas tendo-se a língua portuguesa como principal forma de comunicação nos faz questionar se a inclusão significa integrar o surdo realmente. Eu tenho aprendido com o relato dos surdos que a expressão correta para as experiências desenvolvidas não é inclusão, e sim uma forçada adaptação com a uma situação imposta”, aduz o parlamentar.

Sobre a Libras

A Libras é a língua de sinais reconhecida pela Lei nº 10.436 de 2002 como meio de comunicação e expressão de comunidades de surdos do Brasil, e está incluída no grupo das línguas oficiais brasileiras.

Classificá-la como língua foi possível porque ela preenche requisitos científicos, como o funcionamento gramatical e enunciativo próprio e está associada a uma produção discursiva específica. A caracterização de Libras como brasileira está de acordo com o fato de que ela é diferente de outras línguas de sinais praticadas em outros países.

O reconhecimento de Libras como sendo a língua da comunidade de pessoas surdas do Brasil, trouxe consigo regulamentações que procuram garantir a sua circulação no território nacional. Dessa maneira, a lei também passa a incidir sobre o funcionamento de instituições, de forma a garantir que o poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos como saúde, segurança e educação desenvolvam formas de apoiar o seu uso e sua difusão.

Fonte e foto: Ascom – AL/RS

 

Eu repórter republicano

Quer ser um repórter republicano e ver sua matéria publicada no Portal PRB? É muito simples. A Agência PRB Nacional disponibiliza um contato direto para receber todo o conteúdo (textos e fotos). Anote aí o e-mail: pautas@prb10.org.br. Viu como é fácil? Agora é só participar e nos ajudar a manter esse canal sempre atualizado.

Reportar Erro
Send this to a friend