Marcos Pereira lidera movimento que cobra diálogo para abertura comercial

Marcos Pereira lidera movimento que cobra diálogo para abertura comercial

Marcos Pereira se reuniu com parlamentares e entidades para cobrar do governo federal um diálogo mais intenso sobre a abertura comercial e a inserção internacional do Brasil

Publicado em 11/12/2019 - 00:00 Atualizado em 19/6/2020 - 10:32

Brasília (DF) – Deputados, senadores e entidades representantes do setor produtivo cobraram, na terça-feira (10), do governo federal um diálogo mais intenso, transparente e objetivo sobre a estratégia de abertura comercial e a inserção internacional do Brasil. A reunião foi solicitada pelo vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Pereira (SP), ao secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo.

Tanto os parlamentares quanto os líderes empresariais foram unânimes ao defender a abertura e a integração do Brasil ao mercado global, porém questionaram os métodos, reclamaram da comunicação paralela “via Twitter” e pediram maior clareza sobre a estratégia que está sendo construída. Ex-ministro da Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira afirmou que o setor produtivo busca segurança jurídica, previsibilidade, transparência e parceria com o governo.

A maior preocupação dos empresários é a redução linear da Tarifa Externa Comum (TEC). Eles avaliam que uma eventual decisão nesse sentido não pode ser irracional. “O Custo Brasil já não é mais somente uma teoria, algo que se imagina. Estudos mostram o efeito prejudicial que ele exerce sobre a indústria e o setor produtivo como um todo”, disse Carlos Eduardo Abijaoldi, diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para ele, a carga tributária deveria ser de, no máximo, 25% do Produto Interno Bruto (PIB), e não cerca de 50% como é hoje.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, disse que o Brasil “custa mais que a média de todos os 36 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”. Ele afirma que existem 12 itens que performam o “Custo Brasil” e que, entre outras coisas, são responsáveis por adiar investimentos e encomendas para a indústria nacional, além da agenda imprevisível.

O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) apontou que no Brasil a hora de produção custa US$ 4,05 enquanto na China o valor cai pela metade e na Índia para menos de US$ 1. O parlamentar gaúcho destacou a importância da indústria calçadista que, nas palavras dele, gera emprego com facilidade e sem necessidade de mão de obra qualificada. Já o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) disse que o Brasil consegue exportar 40% das máquinas e equipamentos apesar do ambiente hostil. “Temos qualidade, mas precisamos de ajuda do governo para uma agenda conjunta”.

O ex-governador do Espirito Santo, Paulo Hartung, hoje presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), lembrou que o tema é desafiador dado o momento pelo qual o mundo passa. “Precisamos estar atentos pois temos visto atitudes (de governos) que não dialogam com o liberalismo”.

Diálogo está aberto, diz Troyjo

Apesar das reclamações dos parlamentares e do setor produtivo, o secretário Marcos Troyjo afirmou que o diálogo está aberto. Ele disse que participou de 132 reuniões nestes quase 12 meses de governo, além de outras tantas que a sua equipe conduziu. Troyjo fez uma defesa enfática das mudanças adotadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no setor de comércio exterior – como a reforma da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e a criação do Conselho de Estratégia Comercial.

O secretário negou que a expressão “abertura comercial” – a qual sugeriu não ser mais usada – signifique apenas “redução de tarifas”. Troyjo disse também que o Brasil é o país que menos importa (9% do PIB, segundo ele), ao contrário dos Estados Unidos, a maior potência econômica, que “há 42 anos não experimenta superávit comercial”.

Troyjo defendeu a reestruturação dos ministérios que culminaram no “levantamento das divisórias” que criavam barreiras entre os setores que tratam de políticas econômicas e comerciais. “Não existe exemplo de país que se desenvolveu sem ênfase no comércio exterior”, disse o secretário. A reunião foi a primeira de várias.

Convidados para a reunião

Associações:
Carlos Eduardo Abijaodi (CNI)
Fernando Pimentel (ABIT)
Humberto Barbato (Abinee)
José Veloso Dias Cardoso (Abimaq)
Ciro Marino (Abiquim)
Lineu Jorge Frayha (Abrafas)
Reginaldo Acuri (CEB)
Paulo Hartung (Ibá)
José Jorge do Nascimento (Eletros)
Haroldo Ferreira (Abicalçados)

Empresas:
André Passos Cordeio (Innova)
Suelma Rosa (Irelgov)
Renata Bley (Braskem)
Marcelo Rodrigues Perracini (Rhodia Solvay Group)
Frederico Marchiori (Oxiteno)
Pedro Grendene Bertelle (Vulcabrás/Azaleia)
Clóvis Moacir Gruhlke (Beira-Rio)
Carlos Mestriner (Klin)

Texto e foto: Ascom – deputado federal Marcos Pereira
Edição: Agência Republicana de Comunicação (ARCO)

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