Deputada Tia Eron é vítima de ataques racistas nas redes sociais 

A deputada republicana teve a sua página no Facebook atacada. Os episódios de racismo estão sendo investigados

Publicado em 5/7/2016 - 00:00

Tia Eron destaca importância de legislação que incentiva ações contra o bullying
Apesar da preocupação dos amigos e familiares com sua integridade física, orgulhosa em não ceder às pressões políticas, a deputada Tia Eron afirmou não ter cabresto

 

Brasília (DF) – Às vésperas de uma votação importante no cenário político atual, a deputada federal Tia Eron (PRB-BA) foi alvo de racismo nas redes sociais. A deputada, que teve um papel decisivo e importante ao votar pela aprovação do relatório que pede a cassação de Eduardo Cunha, afastado da presidência da Câmara de Deputados, teve a sua página no Facebook atacada. Os usuários, em uma ação explícita de racismo, utilizam palavras ofensivas, chamando-a de “macaca”, “chimpanzé”, “vagabunda”, “lixo”. Durante o ataque, um usuário chega ao extremo, fazendo uma ameaça de violência sexual: “vamos estuprar essa macaca”, diz um comentário.

Apesar da preocupação dos amigos e familiares com sua integridade física, orgulhosa em não ceder às pressões políticas, a deputada Tia Eron afirmou não ter cabresto. “Ninguém manda nessa nega aqui”, disse em seu discurso antes votar sim pela aprovação do relatório. O caso indignou o Brasil e teve grande repercussão na mídia nacional. A matéria apresentada no Domingo Espetacular, na Rede Record, no último domingo (3), elevou a audiência da emissora a quase 15 pontos durante a exibição.

Mulher, negra, nordestina e de origem humilde, Tia Eron sabe o que é sofrer na pele as mazelas do preconceito, mas nunca deixou se abater. Apesar das barreiras, foi uma das primeiras mulheres negras eleita para a Câmara Municipal de Salvador, em 2000, onde ficou por quatro mandatos consecutivos. O trabalho rendeu frutos e, em 2014, foi a mulher mais votada na Bahia, com quase 117 mil votos. Atualmente é uma das três mulheres negras que figuram no universo majoritariamente masculino da Câmara dos Deputados.

Os episódios de racismo estão sendo investigados. Os agressores serão acusados de injúria e racismo, crimes previstos no Código Penal, com pena de 1 a 3 anos de prisão e multa.

Texto: Aline Ramos / Ascom – deputada federal Tia Eron
Foto: Douglas Gomes

 

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