Santa Catarina Merece Mais

Artigo escrito por Hélio Costa, deputado federal pelo PRB Santa Catarina

Publicado em 11/6/2019 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 10:44

Santa Catarina é um estado à frente. Não passa pelos mesmos problemas que nossos vizinhos fronteiriços e outros lugares do país. Embora a violência continue sendo a principal preocupação dos catarinenses, estamos longe do caos presente no Rio de Janeiro. Um detalhe importante: o mérito é do povo.

Se dependesse dos últimos governos, estaríamos na bancarrota. Nossa gente custa para obter recursos federais. Um obstáculo que nos é imposto como punição pelo bom desempenho, acham que somos ricos e que tudo corre bem por aqui, portanto, vem menos dinheiro para nós. Essa é a velha ideia de igualdade dos partidos de esquerda: nivelar por baixo.

De acordo com dados do Governo do Estado de Santa Catarina, somos o segundo pior no ranking de recebimentos do Fundo de Participação do Estados (FPE), com a fatia de 1,28% do bolo total. Perdemos apenas para São Paulo. Estados com a população parecida, como o Maranhão, recebem seis vezes mais. Além de menos dinheiro, dificulta nossa capacidade para obter crédito.

É uma distribuição de renda ineficiente e que impede os mais desenvolvidos de continuar crescendo e não beneficia em nada a população em estado de pobreza, tanto que no Maranhão, terra de você sabe quem, a maioria da população continua vivendo com até um salário mínimo.

Além do mais, a representatividade dos estados que menos contribuem com o país economicamente é surpreendentemente maior. Vejam o exemplo: RS, SC, PR, SP, RJ, MG e MS representam 70% do PIB, mas não têm nem 50% do Congresso. Nosso estado tem 7,1 milhões de habitantes e conta com apenas 16 deputados federais e 3 senadores, enquanto Roraima, Acre, Tocantins, Sergipe e Rondônia, com populações somadas em 6,9 milhões, têm 40 deputados federais e 15 senadores.

Somos penalizados política e economicamente. Por estas e muitas outras razões, o pagador de impostos catarinense custa para sentir o retorno tributário naquilo que mais lhe pesa: a saúde. Já são centenas de mensagens de hospitais solicitando orçamento extra, cidadãos pedindo ajuda para conseguir marcar consultas, lotando minha caixa de e-mails.

Pensando na melhor aplicação dos recursos para a saúde, ao menos no que compete ao meu orçamento, criei um roteiro de visitas pelos principais hospitais do estado. Celso Ramos, Marieta Konder, HU, Nereu Ramos e Ruth Cardoso foram alguns dos visitados. Quero ouvir quem está na linha de frente do problema, quais são as medidas possíveis para atender mais pessoas e de forma mais eficiente.

Uma coisa tem me surpreendido, positivamente. Diretores, enfermeiros, médicos, operam verdadeiros milagres. A equipe do hospital Ruth Cardoso, referência em obstetrícia, ajudou 12 mulheres a darem luz a seus filhos enquanto apenas seis leitos estavam disponíveis. A razão do problema? Falta de recursos do governo.

Para além dos conchavos políticos, das filas de emergência, das prefeituras que não investem o que deveriam e pecam no atendimento em postinhos de saúde, há um exército de homens e mulheres lutando diariamente para entregar um mínimo de atendimento com os recursos que têm.

Passou da hora de cada unidade federativa trabalhar com os próprios recursos. O mote de campanha de Jair Bolsonaro, “Menos Brasília, Mais Brasil”, não pode ficar apenas no terreno da retórica, deve transformar-se logo em realidade para que o nosso estado possa ser mais Santa Catarina.

*Hélio Costa é deputado federal pelo PRB Santa Catarina

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